MPF aponta que advogado de Marconi ajudou em esquema de desvio de dinheiro da Saúde de Goiás

O Ministério Público Federal (MPF) aponta o ex-assessor e advogado de Marconi Perillo, João Paulo Brzezinski, como um dos auxiliares de um esquema de desvio de dinheiro da saúde de Goiás. De acordo com a investigação, os desvios teriam ocorrido entre 2012 e 2018.

O escândalo veio a tona com a deflagração da Operação Panaceia, que aponta o envolvimento de Marconi e João Paulo em irregularidades como fraude, lavagem de dinheiro e superfaturamento. De acordo com o MPF, o advogado teria transferido montantes significativos para pessoas ligadas a Marconi, incluindo a esposa e irmão dele.

Marconi negou qualquer envolvimento com irregularidades e alegou “perseguição”. A defesa do ex-governador diz que não há investigação contra Perillo ou sua família e que a operação faz uma falsa acusação.

Segundo o MPF, João Paulo Brzezinski era ligado a várias empresas de consultoria e gestão de ativos, incluindo holdings pertencentes a ex-agentes políticos envolvidos no processo de terceirização da saúde. O inquérito questiona a legalidade dos serviços advocatícios prestados por ele e aponta indícios de fraude, contratação direcionada, superfaturamento, sobreposição contratual, subexecução de contratos e lavagem de dinheiro.

De acordo com a investigação, o escritório do advogado recebeu R$ 2,6 milhões da Gerir entre 2015 e 2016, mas a organização social (OS) declarou apenas R$ 1 milhão em sua prestação de contas. Além disso, o escritório teria recebido cerca de R$ 4,5 milhões adicionais da instituição.

A Operação

A Polícia Federal tentou cumprir, na manhã de quinta-feira, 6, um mandado de busca e apreensão na casa do ex-governador de Goiás e presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, em Goiânia. As informações são da CNN Brasil. No entanto, conforme apurado pela reportagem, Perillo estava em São Paulo no momento da chegada dos agentes.

A ação faz parte da Operação Panaceia, que investiga o desvio de recursos públicos da área da saúde entre 2012 e 2018, em parceria com a Controladoria-Geral da União.

Além do desvio de recursos (peculato), os envolvidos podem responder por corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro. O Jornal Opção tenta contato com a defesa de Marconi Perillo e com o PSDB, mas ainda não obteve retorno. O espaço segue aberto.

Foram expedidos 11 mandados de busca e apreensão — dez em Goiânia e um em Brasília. A 11ª Vara Federal determinou ainda o bloqueio de mais de R$ 28 milhões dos investigados. A PF aponta que o esquema envolvia uma organização social contratada pelo Governo de Goiás, que subcontratava empresas ligadas a políticos e administradores da própria OS.

Parte do dinheiro pago a essas empresas retornava a políticos e gestores, o que configura ilegalidade.

O esquema investigado aponta como suspeitos os contratos da Organização Social (OS) Instituto Gerir, responsável pela gestão de dois hospitais estaduais entre 2012 e 2018, com o escritório de João Paulo Brzezinski, que atuava também como advogado pessoal do então governador Marconi Perillo.

Segundo o inquérito, esse mesmo escritório teria sido excessivamente favorecido porque além da Gerir, foi contratado por outras nove OSs de hospitais estaduais para prestação de serviços advocatícios. O relatório indica que o escritório recebeu somente da OS investigada R$ 4,79 milhões (entre 2013 e 2018). E um “grupo de pessoas jurídicas ligadas ao advogado” recebeu R$ 7,42 milhões (entre 2012 e 2018).

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