Do tempo que o jornalista andava com gravador, caderneta e agenda telefônica

O ex-governador Ary Valadão concedendo uma entrevista para a imprensa nos anos 1980. Na era pré celular e Internet, o trabalho dos jornalistas era manual. A caderneta era um instrumento essencial para anotar o que o entrevistado disse. E quem trabalhava no rádio, tinha que levar o gravador e muitas fitas para registrar o áudio da entrevista. Além disso, a fita tinha que estar no ponto certo para apertar o rec. Os cinegrafistas colocavam nos ombros as pesadas filmadoras sempre com um adesivo da emissora. Outro instrumento indispensável no trabalho de um jornalista nos anos 1980 e 1990 era o telefone. Quantas vezes foi preciso girar o dedo naquele disco numérico para conversar com alguma fonte ou confirmar uma informação. Na Rede Globo, o telefone fazia parte da bancada dos apresentadores do Bom dia Brasil. Eu lembro do Carlos Monfort pegando o telefone vermelho para fazer uma entrevista ao vivo.

Com o celular na mão e um wifi, um repórter consegue realizar todo este trabalho. Eu me lembro de uma correspondente da GloboNews em Nova York fazendo uma reportagem utilizando apenas o seu celular. Quantas vezes eu fiquei com dó dos jornalistas se espremendo para conseguir fazer uma pergunta. Nessas coletivas sempre tem um ou dois que pedem silêncio no recinto para se ouvir a entrevista ou para entrar ao vivo em algum telejornal. As emissoras tinham aqueles carros grandes que faziam o link com o estúdio. Antigamente os jornalistas tinham que suar a camisa para noticiar algum fato importante que aconteceu durante o dia.

Passados quarenta anos da entrevista do ex-governador Ary Valadão, o trabalho da imprensa ficou bem mais ágil com o celular e a Internet.

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