A estreia da poeta Ana Cristina Di Oliveira em “Amor e Flor”

Ana Cristina Di Oliveira entrega ao mundo sua estreia autoral com Amor em Flor, um livro que revela sua alma poética e seu olhar sensível para o amor, a vida e a natureza humana. Apesar de já ter capítulos de assuntos diversos e poemas publicados em coletâneas e antologias, como sua participação na prestigiada série Letras Goianas III do INBRACSI-GO, esta é a primeira obra integralmente sua, um marco que consolida sua voz na literatura goiana, tendo se destacado com um desenho animado FM Libras em caminho de projeto artístico.

A autora frequenta a Academia Goiana de Letras e o Instituto Histórico e Geográfico de Goiás (IHGG) onde possui bom trânsito entre membros, além de ser aspirante à cadeira na Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás (AFLAG). Seu talento e versatilidade se refletem em outras áreas de atuação, como sua afinidade com cantores goianos, entre eles Pádua e Maria Eugênia, na orientação vocal e na performance. Destaca-se também por sua atuação como fonoaudióloga de radialistas renomados, como Edson Rodrigues, promovendo a qualidade na expressão vocal.

Este livro é um jardim de palavras onde as flores do amor desabrocham, embaladas por versos que falam da intensidade dos sentimentos humanos. A autora nos presenteia com uma escrita que combina profundidade e simplicidade, perfeitamente exemplificada no poema:

“A flor que renasce ao amanhecer,
tem em suas pétalas a força do querer.
Ainda que o vento a desafie,
o amor nela sempre reluz e irradia.”

Aqui, encontramos a essência do que ela celebra: a resiliência do amor e a capacidade de renovação que ele traz, mesmo em meio às adversidades. Cada poema é um espelho que reflete suas múltiplas facetas — a mestra em Crítica e Literatura, a cuidadora de almas e corpos, e a mulher que compreende a fragilidade e a potência do ser humano.

A autora também transita por temas universais, como a busca por conexão, o poder do afeto e o encanto pelas pequenas belezas da vida. Em diálogo com sua obra, a tradição literária goiana é evocada, especialmente nos versos de Emílio Vieira, membro da Academia Goiana de Letras, que tanto a admirava e que assim escreveria numa paráfrase dos seu verso “De amorAÇÃO”:

Na florAÇÃO do vento
amorAÇÃO: semenTE
in corpo são
(em mente sã):
sonho in corporAÇÃO
do homem nasce
o sonho do homem.

Fica proibido ser não sendo e
amar doendo e machucar a flor
e ver a vida dividida ao
desespero da palavra
em lavra
do amor
em dor.

Emílio, como Ana Cristina, celebra o renascer do amor e sua reinvenção cotidiana, num ciclo eterno que se conecta à beleza da vida:

“E fica instituído o acontecer
do ser de resolver-se cada dia
e renascer toda manhã
no sonho
reinventar-se:
a alegria não se adia:
como a flor.”

Além de sua habilidade poética, Ana Cristina tem sido presença constante em eventos literários promovidos pela Academia Goiana de Letras, onde desfruta da amizade e admiração de diversos acadêmicos. Essa convivência com nomes consagrados das letras goianas reflete sua paixão pela literatura e sua dedicação em promover e partilhar a cultura por meio da poesia.

Ao ler Amor em Flor, é impossível não traçar paralelos com grandes poetas da literatura. Os versos de Ana Cristina ressoam a delicadeza de Cecília Meireles, que dizia que “a vida só é possível reinventada”, e a intensidade lírica de Vinícius de Moraes, para quem “a vida é a arte do encontro”. Sua poesia também carrega a universalidade de Emily Dickinson, com seus poemas sobre a força silenciosa das flores, e a visão romântica de William Wordsworth, que encontrava no mundo natural a manifestação mais pura do amor e da beleza.

Ana Cristina, com sua experiência rica e multifacetada, conseguiu unir em sua obra uma compreensão profunda da alma humana e uma habilidade poética notável. Seus poemas não apenas encantam, mas convidam o leitor a refletir, sentir e se permitir florescer.

• Leia também: Quarta Cultural em Anápolis e os Fios da Escrita de Adalberto de Queiroz

O post A estreia da poeta Ana Cristina Di Oliveira em “Amor e Flor” apareceu primeiro em Jornal Opção.