Petroleiros da Petrobras começaram, nesta quarta-feira, 26, uma greve de 24 horas. Os trabalhadores da estatal protestam por problemas de diálogo com a presidente da companhia, Magda Chambriard. Petroleiros reivindicam melhor remuneração e trabalho remoto.
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) afirmam ser “incompreensível a forma autoritária e a volta à cultura do medo na Petrobras que a gestão Magda vem tentando impor à categoria petroleira” enquanto os sindicatos tentam negociar com a presidência.
A Petrobras afirma que não há impacto na produção de petróleo e derivados da companhia.
Saiba as reivindicações
- a defesa do teletrabalho, com cancelamento do cronograma de volta ao escritório elaborado pela companhia e uma renegociação dos termos;
- o pagamento da Participação de Lucros e Resultados (PLR) nos valores já anunciados pela empresa;
- o fim dos Planos de Equacionamento de Déficit (PEDs) na Petros;
- a criação de um plano único e melhorado para o crescimento de cargos, carreira e salário;
- a reposição do efetivo de trabalhadores na companhia;
- a adoção de medidas de segurança para evitar acidentes, mortes e adoecimento, além de acabar com a diferenciação entre trabalhadores.
Em nota, a Petrobras afirmou que respeita o direito de manifestação dos funcionários e que tem mantido um “diálogo aberto” com as entidades sindicais. A estatal afirmou que solicitou ajuste no modelo de trabalho híbrido, aumentando a necessidade de trabalho presencial de duas para três vezes por semana.
A Petrobras afirma que esse ajuste visa atender “os grandes desafios que a companhia tem pela frente, alinhados ao seu Plano Estratégico” e que vem trabalhando para repor seu quadro de funcionários.
Sobre as remunerações, a estatal disse que “negociou com as entidades sindicais um acordo de PLR para o período 2024/2025, que será cumprido integralmente pela companhia.”
O que dizem os representantes dos trabalhadores
Em manifesto, as federações afirmam que a gestão de Magda Chambriard adotou uma “postura desrespeitosa” no debate com as organizações de funcionários e que anunciou propostas diretamente aos trabalhadores, dificultando diálogo com sindicatos.
“Foi assim, por exemplo, na implementação do VR/VA [vale refeição e vale alimentação], com a divulgação de uma proposta feita diretamente aos trabalhadores nas bases e que, quando os sindicatos tentam abrir o processo negocial, a empresa oficializa a proposta como algo imutável, ‘aceita-se ou não”, disse as federações ao G1.
As federações afirmam que a “mesma postura” foi adotada nas negociações sobre teletrabalho. A “situação se agravou com a ameaça da gestão de que, caso a proposta não seja aceita coletivamente, irá piorar ainda mais, já com um calendário de implementação e abertura de termo de adesão individual”.
“E ainda temos o caso da PLR, onde fomos ludibriados em relação ao resultado concreto da regra apresentada, sendo que apenas um lado da mesa possuía os dados precisos da companhia”, afirmam as federações. “Isso não é negociação, é desrespeito às históricas lutas e conquistas do movimento sindical”.
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