Aliados dos ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em Goiás repercutiram o julgamento da Primeira Turma Supremo Tribunal Federal (STF) que tornou o ex-presidente réu no inquérito que investiga a tentativa de golpe. Além de Bolsonaro, sete acusados passam a responder a um processo penal, o que pode levá-los a condenações com penas de prisão.
Relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes destacou que há indícios suficientes para a abertura da ação penal. Ele argumentou ainda que a organização criminosa possuía uma estrutura hierárquica definida e que Bolsonaro teve papel central na estratégia de espalhar mentiras sobre o sistema eleitoral para fomentar um golpe.
Moraes também afirmou que o grupo agiu de maneira coordenada até janeiro de 2023, com o objetivo de abalar a democracia. Em sua explanação, ele apresentou vídeos da invasão aos Três Poderes no dia 8 de janeiro e frisou que os atos não foram espontâneos. Além disso, mencionou que, mesmo após a derrota nas urnas, Bolsonaro ordenou que militares publicassem notas técnicas para manter apoiadores mobilizados nos quartéis.
Repercussão
O deputado estadual Paulo Cesar Martins (PL) avalia que o Supremo quer submeter o ex-presidente “a um julgamento que não existe”. “Isso é muito ruim para o nosso país, estamos vivendo um momento que homens honestos quando falam que são honestos são crucificados ou vão presos”.
Inelegível até 2030, Bolsonaro ainda não sinalizou apoio à outra liderança para a disputa do pleito em 2026 e, na visão de Martins, isso dificilmente vai ocorrer. “Os líderes não deixam que surjam outras lideranças por que eles têm medo. Isso vem ao longo dos anos, temos exemplos aqui em Goiás como Iris Rezende, Marconi Perillo e o próprio governador Ronaldo Caiado e por isso temos grande dificuldade com nossas lideranças”, argumenta.
Para o vereador por Goiânia, Willian Veloso (PL), o resultado do julgamento era esperado. “Tudo é um grande circo. É uma perseguição política e judicial das maiores da história do Brasil motivada por vaidades, interesses políticos e para impedir que Bolsonaro participe e ganhe a eleição presidencial em 2026”, afirmou. Ele contesta o argumento do ministro sobre o ex-presidente
O parlamentar defende que uma “ditadura do judiciário” está instalada no país. “O judiciário pode tudo, ele manda no país. Você não tem um processo igual a esse correndo nessa velocidade, com essa quantidade de envolvidos, não dando prazo para os advogados terem acesso ao material probatório e não existe direito a ampla defesa”, argumenta.
Também vereador por Goiânia, Oseias Varão (PL) defende que o judiciário brasileiro, em especial o Supremo, implantou uma ditadura que não dá direito de defesa, extrapola as competências e prende pessoas inocentes em um processo ilegal.
Já o deputado federal Gustavo Gayer (PL) publicou nas redes sociais que o Supremo escreveu “mais um infeliz capítulo da sua decadência”. “Como já era esperado nesse teatro judicial de péssima qualidade, a mais baixa corte do Brasil torna réu o maior líder político da história brasileira pelo crime de despertar o povo do calabouço ideológico em que viviam”, publicou.
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