Ex-ministro de Bolsonaro é principal opositor em CPI do Banco Master; inquérito já tem assinaturas

Apesar de já contar com as assinaturas necessárias para sua instalação, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar a aquisição do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB) enfrenta resistência nos bastidores do Senado Federal. O principal opositor é o senador Ciro Nogueira (Progressistas-PI), ex-ministro da Casa Civil do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, que, segundo informações do jornal O Globo, tem atuado para barrar a investigação sobre o banco presidido por Daniel Vorcaro.​

A proposta da CPI, liderada pelo senador Izalci Lucas (PL-DF), visa apurar a compra do Banco Master pelo BRB, uma transação avaliada em R$ 2 bilhões. Até a última quarta-feira, 23, 28 senadores já haviam subscrito o requerimento, superando o mínimo necessário de 27 assinaturas. No entanto, parlamentares da base governista e da oposição articulam nos bastidores contra a instalação da comissão, conforme reportado por O Globo.​

O senador Jorge Kajuru (PSB-GO) afirmou ao jornal O Globo: “O lobby contra a CPI está pesado nos bastidores. Boa parte dos senadores não vai se vender, mas evidentemente que tem gente que tem preço”. Já o senador Eduardo Girão (Novo-CE) declarou: “Pelo menos uma parte do Senado não irá se render a essa história mal contada”.​

Esta não é a primeira vez que Ciro Nogueira é associado a ações favoráveis ao Banco Master. Conforme informou o colunista Lauro Jardim, o senador tentou incluir na PEC que garante a autonomia financeira do Banco Central uma alteração conhecida como “emenda Master”, que aumentaria de R$ 250 mil para R$ 1 milhão a cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para aplicações financeiras como o CDB, principal produto do Master. A proposta foi rejeitada pelo relator da PEC na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), senador Plínio Valério (PSDB-AM).​

A aquisição do Banco Master pelo BRB também está sob investigação do Ministério Público Federal. O negócio é polêmico devido à política agressiva de captação de recursos do Master, que oferece rendimentos de até 140% do Certificado de Depósito Bancário (CDI), bem acima das taxas médias praticadas por bancos menores, que variam entre 110% e 120% do CDI.

O presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, disse ao O Globo que a aquisição inclui apenas parte das atividades do Banco Master, deixando de fora unidades como o banco Voiter e outras empresas com participações em carteiras de precatórios. 

Já o senador Izalci Lucas ressaltou no requerimento que a aquisição pelo BRB “levanta preocupações sobre o uso inadequado de recursos públicos para resgatar uma instituição privada em dificuldades”. A CPI pretende investigar detalhadamente os balanços do Master, os relatórios de supervisão do Banco Central e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), além dos termos da negociação com o BRB, “buscando identificar omissões específicas e avaliar a adequação das normas vigentes”.​

Em resposta às acusações, Ciro Nogueira afirmou ao O Globo que é uma “leviandade” dizer que ele está trabalhando nos bastidores contra a instalação da CPI do Banco Master. 

“Nunca soube nem que estavam cogitando CPI”, disse o senador, apesar de o assunto ter sido amplamente noticiado pela imprensa nos últimos dias.​

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