O balé clássico perdeu, nesta segunda-feira, 19, uma de suas maiores figuras: Yuri Grigorovich, lendário coreógrafo russo, faleceu aos 98 anos. A notícia foi confirmada pela agência estatal russa TASS.
“Yuri Grigorovich faleceu durante o seu 99º ano de vida”, afirmou um assistente do mestre à imprensa local. Ícone do Teatro Bolshoi de Moscou, onde atuou como coreógrafo-chefe por mais de três décadas, Grigorovich foi responsável por projetar a companhia — e o balé russo — ao reconhecimento internacional.
Nascido em São Petersburgo, em 1927, Grigorovich cresceu em uma família ligada ao tradicional Balé Imperial Russo. Sua trajetória nos palcos começou ainda jovem, e se consolidou com uma carreira de 18 anos como bailarino no Teatro Kirov, hoje conhecido como Teatro Mariinsky. Foi ali que ele concebeu sua primeira grande montagem teatral, “A Flor de Pedra”, baseada na obra de S. Prokofiev — uma estreia que já indicava seu talento para coreografias ousadas e inovadoras.
A ascensão definitiva de Grigorovich, no entanto, se deu a partir de 1964, quando assumiu o cargo de coreógrafo-chefe do Teatro Bolshoi. Desde então, comandou mais de 90 turnês internacionais com a companhia, consolidando sua reputação como um dos pilares do balé mundial.
“O destino do balé russo na segunda metade do século XX está intimamente ligado ao nome de Yuri Grigorovich”, ressalta o site oficial do Balé Bolshoi, em reconhecimento à sua importância histórica.
Entre suas obras mais marcantes, destacam-se “O Quebra-Nozes” (1966), com música de Tchaikovsky, e “Spartacus” (1968), ao som da trilha poderosa de Khachaturian. Em 1975, Grigorovich coreografou “Ivan, o Terrível”, com composições de Prokofiev, e, quatro anos depois, apresentou “Romeu e Julieta”, também ao som de Prokofiev — balé que revisitaria em 2010. Outras criações incluem “Angara” (1976), “A Idade de Ouro” (1982, 2006), e remontagens consagradas de clássicos como “A Bela Adormecida” (1963, 1973, 2011) e “O Lago dos Cisnes” (1969, 2001), ambos com música de Tchaikovsky.
Além disso, sua versão de “Raymonda”, de Glazunov (1984, 2003), e suas montagens de “La Bayadère” (1991) e “Dom Quixote” (1994), com trilhas de Minkus, também figuram entre seus legados artísticos mais respeitados. Em cada espetáculo, Grigorovich aliava fidelidade à tradição com um toque contemporâneo, imprimindo uma assinatura estética própria, marcada por intensidade dramática.
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