Pela primeira vez, o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, assume a total responsabilidade do país pelos abusos cometidos durante o período colonial, incluindo a escravidão transatlântica, o genocídio de povos indígenas e o saque de recursos em terras estrangeiras.
Ele sugere que Portugal está disposto a enfrentar as consequências financeiras desses atos históricos. Esta declaração marca um momento histórico, sendo a primeira vez que um líder português reconhece oficialmente a responsabilidade do país pelos crimes coloniais.
“Temos que pagar os custos (pela escravidão). Há ações que não foram punidas e os responsáveis não foram presos? Há bens que foram saqueados e não foram devolvidos? Vamos ver como podemos reparar isso”, disse, na noite de terça-feira, 23, durante conversa com correspondentes estrangeiros.
Embora o presidente Sousa tenha previamente mencionado a necessidade de Portugal se desculpar publicamente pelo colonialismo e pela escravidão, esta é a primeira vez que ele expressa tal comprometimento. Ele observou que, embora pedir desculpas seja uma etapa importante, a verdadeira questão reside na ação concreta para reparar os danos causados.
Apesar da afirmação de assumir a responsabilidade pelos danos e da menção à possibilidade de reparações, o presidente português não especificou como isso seria implementado na prática. Outros países, como Holanda e Canadá, já desenvolveram planos para compensar comunidades afetadas pela escravidão e pelo colonialismo.
No entanto, é importante notar que o tema é controverso e que alguns países, como os EUA, nunca adotaram medidas para compensar os descendentes de escravizados.
Portugal teve um vasto império colonial que se estendia da América à Ásia, incluindo o Brasil, Angola, Cabo Verde, Moçambique, Timor Leste, e territórios na Índia e na China.
Os portugueses desempenharam um papel significativo no tráfico transatlântico de escravizados, contribuindo para o sequestro de milhões de pessoas de seus países de origem, levando-os à força para territórios na América Latina e no Caribe.
Em 300 anos de escravidão no Brasil foram trazidos da África mais de 4 milhões de pessoas forçadamente.
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