O masoquismo de quem não quer entender que Milei faz a coisa certa na Argentina…

Um amigo considerou masoquismo a declaração de que me agradam mais as críticas dos meus leitores no Jornal Opção do que os eventuais elogios. Estes dão satisfação, mas não estimulam a pensar. Aquelas, as críticas, colocam o cérebro a processar uma resposta. Ganho com o exercício. Foi assim que li as críticas ao meu artigo no Jornal Opção de 14 de janeiro de 2024 — “Entenda por que o projeto de Javier Milei pode recuperar a economia da Argentina” —, tomando partido a favor do programa de governo do presidente da Argentina contra as ideias (que não chegam a ser um programa) do presidente Lula da Silva.

Com todo respeito à liberdade de expressão, vamos às perguntas e às respostas devidas.

Diz um leitor: “Onde vende essa droga que o autor do texto tomou?” (por sinal, o leitor escreveu “drogra”).

Certamente este ilustre leitor não conhece a bibliografia liberal. Esta é a minha fonte de “drogas”. Se tivesse lido, além da literatura esquerdista, pensadores respeitáveis como Adam Smith, Ludwig von Mises, Friedrich Hayek, Milton Friedman e muitos outros não teria formulado a ironia. Ademais, se tivesse atentado para os males que o populismo socializante causou na Argentina e é responsável pela estagnação da renda per capita dos brasileiros nas últimas décadas, poderia, não por estudo teórico, mas pela contundência dos resultados, da prática, concluído que a “droga” de Javier Milei é melhor do que a de Lula da Silva. Pois entre a prática dos dois modelos para melhorar a renda per capita das suas populações, a Argentina leva a melhor.

Outro leitor faz três colocações:

— Em que país do mundo a privatização deu certo?

— Qual a responsabilidade do mercado com o trabalhador. Nem a China e nem os Estados Unidos agem dessa forma;

— Milei não dará certo. No máximo encherá o seu cofre com as porcentagens das vendas das estatais e deixará a Argentina moribunda.

1

Com respeito à privatização

— Nada melhor do que olhar o próprio exemplo para melhorar o entendimento. Vamos “olhar para o próprio rabo”. O Brasil é um “case” no caso de privatização. Privatizou com sucesso Companhia Telefônica Brasileira, hoje um sucesso inquestionável; A Companhia Siderúrgica Nacional, a Vale do Rio Doce, que deixaram de dar prejuízos ao Tesouro; os bancos estaduais, que, quebrados, eram emissores secundários e geradores da inflação… Nenhuma dessas privatizações deixou saudades. Nenhuma teve indícios de corrupção.

2

A responsabilidade do mercado

O mercado é uma figura de retórica. Nossas ações retratam o que se convencionou chamar de mercado. São os agentes, no regime de livre iniciativa, os melhores para os trabalhadores. Assim é nos Estados Unidos e como na China (que não têm uma justiça do trabalho) do que em qualquer país protecionista. Há fila nas fronteiras americanas de trabalhadores da Venezuela, Brasil, Cuba, Argentina. E não existe uma corrente contrária. A economia de mercado dá oportunidade e isto o que permite ao homem ser feliz à sua maneira

3

Milei encherá o seu cofre…

Para finalizar, atribuir desonestidade ao Milei é um julgamento de valor, não uma realidade. Acusar antecipadamente alguém de um crime de prevaricação é “atirar a primeira pedra” só admissível para aqueles que nunca erraram. Não é uma postura moralmente adequada de quem se preocupa com os direitos e bem-estar de quem quer que seja.

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