Traição revelada: vazamento de dados de 37 milhões de casados infieis chega à Netflix

Com o slogan “A vida é curta. Curta um caso”, o site canadense Ashley Madison segue em funcionamento na internet. Porém, em 2015, a plataforma foi alvo de um vazamento de dados de 37 milhões de casados infiéis. As informações eram de usuários de diferentes países, que tiveram seus nomes, endereços, e-mails, números de cartão de crédito e fantasias sexuais divulgados na internet.

Na época, há quase 10 anos, o vazamento levou a divórcios, execração pública, chantagem – criminosos passaram a pedir dinheiro aos listados em troca de silêncio – e até suicídios.

Até hoje, não se sabe quem hackeou o Ashley Madison. A investigação da polícia de Toronto, onde se situava a sede do site, não obteve resultados. Ninguém reivindicou a recompensa de US$ 500 mil oferecida pela empresa, e os dois especialistas em cibersegurança contratados para resolver o caso voltaram para Estocolmo sem respostas. Alguns clientes lesados recorreram à Justiça e obtiveram US$ 11 milhões em indenizações.

Quando surgiu, o Ashley Madison causou indignação e revolta na sociedade, com anúncios rejeitados pela imprensa tradicional. Mas, por ser polêmico e abordar traição, também foi tema de diversos programas de auditório. Quanto mais debate, mais usuários conheciam os serviços, acreditavam na promessa de anonimato e gastavam dinheiro em créditos no site. A máxima “falem mal, mas falem de mim” se aplicou.

Série no streaming

Um documentário da Netflix resgatou a história e estreou no streaming nesta semana, com o nome “Ashley Madison: Sexo, Mentiras e Escândalo”. A série da Netflix conta a história de um professor de seminário em Nova Orleans, nos Estados Unidos, que se trancou na garagem e morreu por inalação de monóxido de carbono horas após ser demitido.

A série, composta por três episódios, revela que, em 13 de julho daquele ano, os funcionários do site se depararam com uma mensagem em seus computadores, assinada por um grupo autodenominado Impact Team. A mensagem ameaçava divulgar os dados de todos os clientes se o site não encerrasse suas atividades.

Dias após, a ameaça foi divulgada para a imprensa. Novamente foi feito o ultimato: ou o negócio milionário era encerrado, ou o sigilo dos usuários seria comprometido. Como o site permaneceu ativo, as identidades dos usuários infiéis foram divulgadas em massa na “dark web”. A divulgação causou tanto alvoroço que, em um caso, uma rádio na Austrália confirmou ao vivo, para as ouvintes que quisessem saber, se os maridos delas estavam na lista.

Segurança de dados

A série também expõe a ingenuidade das pessoas quanto à segurança na internet. O site, que se proclamava “100% seguro e discreto”, segundo o documentário, inventou selos falsos de segurança criados com photoshop. Perfis falsos de mulheres foram usados para atrair homens dispostos a gastar dinheiro em créditos para se comunicar com elas – ou melhor, com os robôs que as representavam.

Outros também acreditaram que pagavam US$ 19 e seus perfis seriam deletados do site, mas o Ashley Madison nunca cumpriu essa promessa, apesar de receber o dinheiro.

No entanto, mesmo após o escândalo – considerado por um entrevistado na série como o ataque hacker de maior impacto da história – a chefia do site mudou, mas o site segue ativo.

Atualmente, divulgam ter mais de 65 milhões de usuários e mantém a mesma proposta de oferecer “casos extraconjugais com total sigilo”. Apenas o que mudou em relação à segurança é que em uma das páginas há dicas aos clientes sobre como se proteger na internet, com títulos como “Proteja-se contra fraudes” e “Compromisso contínuo com a segurança”.

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