Relembre acusações de violações de direitos humanos contra presidente do Irã, o ‘carniceiro de Teerã’

O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, faleceu aos 63 anos após um dos helicópteros de seu comboio presidencial cair no domingo. Raisi tinha um histórico marcado por graves violações dos direitos humanos, que incluíam sanções dos Estados Unidos por sua participação em execuções de menores e repressão violenta a protestos.

Sua reputação de violador de direitos humanos é mais conhecida pelo papel que desempenhou nas execuções em massa de prisioneiros políticos na década de 1980, o que lhe valeu o apelido de “Carniceiro de Teerã”.

Raisi começou a construir sua reputação ainda jovem, servindo como vice-procurador-geral de Teerã. Aos 25 anos, ele foi um dos quatro juízes que integraram os tribunais secretos conhecidos como “Comitê da Morte” em 1988. Estes tribunais revisaram os casos de milhares de prisioneiros políticos, muitos deles membros de grupos de oposição de esquerda, que já cumpriam penas de prisão.

O número exato de execuções ordenadas por esses tribunais não é conhecido, mas organizações de direitos humanos estimam que cerca de 5 mil homens e mulheres foram executados e enterrados em valas comuns.

Essas ações constituem um crime contra a Humanidade. Raisi, no entanto, nega seu envolvimento direto, alegando que as execuções foram justificadas por uma fatwa do então líder supremo, aiatolá Ruhollah Khomeini.

Apesar de suas negativas, o alto número de execuções resultou no apelido de “Carniceiro de Teerã”, dado por críticos do regime iraniano. Em uma gravação de áudio de 1988, vazada há cinco anos, o aiatolá Hossein Ali Montazeri criticou as execuções como “o maior crime da História da República Islâmica”.

Em 2019, o então presidente dos EUA, Donald Trump, acusou Raisi de supervisão administrativa de execuções de menores e de repressão aos protestos do Movimento Verde após as eleições presidenciais de 2009. Essas acusações levaram Washington a impor sanções contra Raisi.

Após sua morte, a Casa Branca declarou que Raisi tinha “muito sangue nas mãos”. O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, mencionou que Raisi era responsável por “atrozes” abusos dos direitos humanos no Irã e por apoiar grupos regionais como o Hamas.

“[No entanto], como em qualquer outro caso, nós certamente lamentamos em geral a perda de vidas e oferecemos condolências oficiais conforme apropriado”, pontuou Kirby.

Como chefe do Judiciário em 2019, Raisi implementou reformas que reduziram o número de execuções por crimes relacionados a drogas. No entanto, o Irã continuou sendo um dos países com maior número de execuções, atrás apenas da China.

Raisi também colaborou com os serviços de segurança para reprimir a dissidência e processar iranianos com dupla nacionalidade ou residência no exterior sob acusações de espionagem.

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