Lula fala demais ao comparar genocídio nazista com conflito em Gaza

A declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao comparar a guerra na Faixa de Gaza com o Holocausto, no último domingo, 18, foi imprudente (para dizer o mínimo). Falas de improviso e “pelos cotovelos” parece ser um denominador comum dos últimos presidentes da República.

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Desta vez, o problema se tornou tão evidente que uma reunião “de emergência” foi convocada na manhã de hoje, 19, no Alvorada para tratar sobre isso.

A situação escalonou quando o próprio grupo terrorista Hamas, que iniciou o conflito após massacrar civis em uma festa em Gaza, chegou a elogiar o posicionamento do mandatário. E, diante disso, a diplomacia israelense declarou o presidente brasileiro “persona non grata”. Para além do problema diplomático, a fala serviu de combustível para que bolsonaristas renovassem as críticas ao atual governo.

Desde o início do confronto armado entre o grupo e Israel, quase 30 mil pessoas perderam a vida, conforme divulgado pelo próprio Hamas, que vem sendo massacrado pelo país do Oriente Médio desde outubro de 2023. 

Entretanto, mesmo com o cenário cruel e as denúncias de crimes de guerra, o conflito, nem de longe, chega perto do que foi o  Holocausto, ocorrido durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Foram milhões de judeus, negros e homocessuais caçados e assassinados por serem quem eram à mando do partido nazista alemão, liderado por Adolf Hitler. Os judeus foram o principal alvo.

As falas do presidente Lula foram divulgadas internacionalmente. Veículos de comunicação como Al Jazeera, Times of Israel, Jerusalem Post, Haaretz e New York Times. 

Al Jazeera

O canal estatal do governo da monarquia do Qatar, que transmite notícias 24 horas em inglês, destacou a declaração na qual Lula afirma que os palestinos estão sendo alvo de um “genocídio”.

Também citou que o petista descreveu o ataque de 7 de outubro do Hamas contra Israel como um ato “terrorista”. Mas ponderou que “desde então” o brasileiro “tem-se tornado cada vez mais crítico da campanha militar de retaliação de Israel em Gaza”.

Foto: Reprodução

Times Of Israel 

A publicação israelense Times of Israel divulgou em seu site uma série de matérias sobre as declaração de Lula e os desdobramentos do caso, como a resposta de Israel e a reação da Conib (Confederação Israelita no Brasil). 

O presidente da confederação, Claudio Lottenberg, disse ao Times of Israel que a organização “tem tentado estabelecer um diálogo construtivo com vários membros do governo do Brasil à luz das posturas desequilibradas que adotou no conflito”.

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Jerusalem Post 

O jornal da capital israelense, The Jerusalem Post, destacou a fala de Lula e sua repercussão na 2ª página da versão impressa da publicação. Um texto semelhante pode ser visto no site do veículo de mídia. Ele foi alocado na área que reúne notícias sobre antissemitismo.

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Haaretz 

O jornal diário israelense relatou as falas do presidente brasileiro e afirmou que, com as declarações de domingo (18.fev), Lula se tornou “um dos primeiros líderes ocidentais a fazer uma comparação tão direta em meio a alegações de genocídio”. Destacou as reações dos líderes israelenses e as medidas adotadas, como a convocação do embaixador brasileiro no país. 

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New York Times 

O jornal norte-americano afirmou que Lula “irritou Israel” ao comparar a guerra em Gaza com o Holocausto, destacando que o genocídio nazista matou 6 milhões de judeus. O número de mortos na guerra Israel-Hamas ultrapassa 28.000 palestinos e 1.200 israelenses.

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Bloomberg 

A TV e agência de notícias dos EUA informou que o embaixador brasileiro em Israel foi convocado depois das falas de Lula. O texto relatou a importância de Lula na América do Sul e a presidência brasileira do G20.

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CNN 

A emissora norte-americana seguiu na mesma linha do New York Times e da Bloomberg, enfatizando a convocação do embaixador brasileiro. A medida é considerada um importante movimento diplomático usado em crises.

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BBC 

O jornal britânico BBC deu destaque à resposta de Israel aos comentários de Lula. O primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, acusou o petista de “banalizar o Holocausto”.

No texto, a BBC menciona que Lula condenou o Hamas pelo ataque de 7 de outubro, que deu início à guerra, “mas, desde então, tem criticado veementemente a campanha militar de retaliação de Israel”. 

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Telegraph 

O também britânico The Telegraph divulgou o acontecimento apenas em seu site. A notícia foi ignorada na versão impressa do The Daily Thelegraph desta 2ª feira (19.fev).

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El País

A edição impressa desta 2ª feira (19.fev) do jornal espanhol El País publicou uma nota descrevendo as falas de Lula na Cúpula da União Africana e a reação de Israel. O texto é parte de uma grande reportagem chamada “Um mundo inseguro se lança a um rearmamento massivo” , com o intertítulo “Nada freia Netanyahu”. 

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Le Parisien 

Conforme o jornal francês, as últimas declaração de Lula sobre a guerra em Gaza “estão entre os comentários mais virulentos alguma vez feitos sobre o conflito”. Descreveu o petista como “uma voz proeminente do [Hemisfério] Sul, cujo país detém a presidência rotativa do G20”.

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Corriere Della Sera 

Em uma reportagem sobre a busca do Hamas por um novo líder, publicada na edição impressa desta 2ª feira (19.fev), o jornal italiano Corriere della Sera citou a acusação de genocídio feita por Lula e a resposta de Netanyahu.

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