MP investiga obrigatoriedade de Policiais Militares em evento evangélico; veja vídeo

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) requisitou à Corregedoria-Geral da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) a instauração de procedimento de investigação preliminar para apurar suposta participação obrigatória de policiais militares em um evento religioso. Os PM’s estariam sendo obrigados a participar do evento Formatura Geral dentro de uma igreja evangélica.

Os PMs teriam sido forçados pelo tenente-coronel Rodrigo da Silva Abadio, do comando do 6º Batalhão, a frequentar o evento religioso na sede da Igreja Universal, na Asa Sul. O MPDFT também pediu o afastamento do oficial e a transferência dele de unidade, até o encerramento das investigações. Rodrigo é o mesmo tenente que havia ser investigado pela corregedoria em janeiro. Ele havia perdido a própria arma e causado um episódio de constrangimento aos colegas de farda.

Agora, em nova polêmica, o tenente-coronel teria obrigado os militares a assistirem um culto na Igreja Universal do Reino de Deus. Conhecido como “Batalhão dos Poderes”, o 6º Batalhão reúne o efetivo que cuida da Esplanada dos Ministérios e era um dos principais responsáveis pela segurança do local no dia 8 de janeiro. O evento ocorreu na manhã da última terça-feira, 27, e teve uma escala de convocação anunciada em um grupo de WhatsApp na noite anterior. Uma vez escalados, os policiais não poderiam faltar, nem se estiverem de folga na data. Confira o vídeo abaixo.

A reunião é chamada de “Formatura Geral” e ocorre mensalmente, ou a cada dois meses. Nela, o comandante fala sobre as ocorrências de destaque no período, faz elogios e um balanço do trabalho. O encontro acontecia no Cefor (Centro de Formação, Treinamento e Aperfeiçoamento) da Câmara dos Deputados, região onde os policiais trabalham, mas isso começou a mudar no ano passado.

Para ir à igreja, a PM disponibilizou um transporte, que saiu da sede do batalhão às 7h15. Segundo relatos, Rodrigo da Silva Abadio, comandante do 6º Batalhão, chegou a fazer uma fala durante o evento falando em parceria entre o batalhão e a Igreja Universal. A denúncia foi feita pelo portal ICL notícias.

Documento da PMDF que comprova a disponibilização do transporte. | Foto: ICL Notícias

Em nota, a corporação informou que a formatura ocorreu em local com amplo espaço e que comporta todo efetivo.

“A PMDF informa que ocorreu uma formatura geral da unidade para homenagear os policiais destaques e para orientações à tropa, em função da mudança de comando do Batalhão. A cerimônia ocorreu três meses após a chegada do novo comandante e foi realizada em espaço cedido, sem custos, pela igreja na área do 1º Comando Regional, a qual o batalhão pertence”, diz a nota.

Sumiço da arma

O suposto sumiço da arma movimentou um forte efetivo da corporação. Segundo testemunhas, os PMs, fardados, chegaram a ser revistados, tiveram seus carros vistoriados e foram “tratados como presos”. Após o sumiço, Rodrigo denunciou o caso para os superiores, que acionaram equipes de inteligência e até mesmo cães farejadores para procurar o armamento.

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