Lobistas pressionam prefeitos eleitos de Goiânia e Aparecida para agilizar licitação em aterro sanitário

O Jornal Opção apurou que, nesta terça-feira, 12, o CEO da Orizon e sócio da CTR Metropolitana Serviços Ambientais, Milton Pilão, e o lobista Eurípedes Barsanulfo estão em Goiânia para uma reunião com o prefeito Rogério Cruz (Solidariedade). O objetivo é acelerar o processo licitatório que concede à iniciativa privada destinação de 40% dos resíduos no aterro sanitário da cidade. Essa licitação, caso concretizada, aumentaria em mais de 600% o valor pago por tonelada de resíduo.

Além da licitação, Pilão e Barsanulfo pretendem pressionar os prefeitos eleitos de Goiânia e Aparecida de Goiânia, Sandro Mabel (UB) e Leandro Vilela (MDB), para aceitar a proposta de privatização do serviço em ambas as cidades. Contudo, o cenário de contenção de gastos indicado por Valdivino Oliveira, escolhido por Mabel para a pasta de finanças de Goiânia, pode dificultar o avanço da proposta. Em sua primeira entrevista, Valdivino já ressaltou que a prioridade em 2025 será reduzir despesas, uma vez que as contas municipais enfrentam um déficit estimado em R$ 800 milhões.

A Câmara Municipal de Goiânia, por meio do presidente da Comissão do Meio Ambiente, vereador Kleybe Morais, apresentou ao Tribunal de Contas do Município (TCM) uma denúncia questionando a diferença significativa entre os valores atualmente pagos à Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), de R$ 18,33 por tonelada, e os valores projetados para o vencedor da nova licitação, que poderiam alcançar cerca de R$ 117 por tonelada.

Kleybe Morais pede ao TCM o cancelamento do pregão, destacando que o aterro sanitário ainda tem uma vida útil estimada de 17 anos, o que permitiria tempo suficiente para a nova gestão realizar as adequações necessárias sem urgência.

A engenheira civil e especialista em aterros sanitários, Regina de Amorim Romacheli, corrobora essa visão. Consultora e professora, Romacheli defende que, ao invés da terceirização, o município deveria investir na adaptação da área existente ou na aquisição de terrenos adjacentes, se necessário.

Para ela, a estimativa de 17 anos de vida útil para o aterro de Goiânia é um diferencial, considerando que muitos municípios de Goiás já enfrentam esgotamento em seus aterros ou falta de novas áreas. Ela explica que o processo de desapropriação de áreas vizinhas poderia garantir a ampliação da vida útil do aterro e evitar a criação de novos depósitos de resíduos.

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