“A guerra cultural é suportada por empresários, igrejas evangélicas neopentecostais, católicas, militares e outras” diz Aldo Arantes

No próximo dia 21 de novembro, o ex-deputado federal e intelectual Aldo Arantes lança em Goiânia o seu mais recente livro, Domínio das Mentes: do Golpe Militar à Guerra Cultural. O evento ocorrerá no Museu Antropológico da Universidade Federal de Goiás (UFG), no Setor Universitário, a partir das 18h30. O lançamento contará com um debate de renomados professores e especialistas, como Manuel Ferreira Lima, João Cézar de Castro Rocha e Geovana Reis, que irão discutir os principais temas abordados na obra.

O problema da pós-verdade é que ela questiona a própria ideia de verdade, o que cria uma confusão ainda maior. A ciência e os fatos se tornam relativos e as pessoas passam a acreditar em qualquer coisa

Aldo Arantes, escritor

O livro de Arantes propõe uma reflexão sobre o crescimento da extrema-direita, tanto no Brasil quanto no cenário global, destacando o impacto das redes sociais e a chamada “guerra cultural”. A obra examina como as ideias conservadoras têm ganhado força nos últimos anos e o papel das plataformas digitais na formação de uma realidade paralela.

Em entrevista ao Jornal Opção, Aldo Arantes explicou os principais pontos de sua análise. “O que procuro analisar é exatamente o caminho que a extrema-direita adotou para conquistar o apoio de milhões de pessoas, especialmente entre trabalhadores, jovens e camadas mais pobres da população, que antes votavam no Lula e passaram a votar no Bolsonaro em 2018”, afirmou.

O autor descreve a ascensão de um movimento ideológico que, segundo ele, se utiliza de estratégias emocionais e de manipulação da verdade, destacando o papel das fake news e das redes sociais no processo de radicalização política.

Arantes analisa, ainda, a chamada “guerra cultural”, um conceito que ganhou destaque nos últimos anos. “Essa luta ideológica ganhou uma dimensão nova recentemente através da guerra cultural, que tem uma plataforma de ideias conservadoras, de negação da história, da ciência e da cultura”, afirmou.

Para o autor, o movimento é sustentado por uma base social composta por empresários, igrejas evangélicas neopentecostais, setores católicos e militares, que, com o apoio das grandes plataformas digitais, têm ampliado seu alcance. “As big techs, como as redes sociais, não são apenas um meio de conectar as pessoas, mas um novo mecanismo de controle ideológico”, alertou Arantes, destacando o papel desses espaços na manipulação da opinião pública.

No contexto da política brasileira, Arantes afirma que a luta ideológica não se limita ao enfrentamento dos radicais, mas busca também alcançar a maioria das pessoas, que ainda pode ser sensibilizada por meio da educação e da conscientização crítica. “É necessário realizar uma luta ideológica democrática, que desperte a consciência crítica das pessoas através da análise dos fatos”, afirmou. O autor também destaca a importância de distinguir os setores radicais, que estão cristalizados, da grande maioria que ainda pode ser recuperada.

A defesa da anistia é um erro. Não se pode permitir que os responsáveis pela violência e pela destruição da democracia continuem impunes. O ex-presidente Bolsonaro é o principal responsável por essas articulações antidemocráticas

Aldo Arantes, escritor

O lançamento do livro em Goiânia é uma oportunidade para os interessados em política e comunicação se aprofundarem nas análises propostas por Arantes sobre os desafios da democracia contemporânea. O debate será mediado por especialistas, oferecendo uma oportunidade para reflexão sobre os fenômenos que têm moldado o cenário político atual.

Além de Goiânia, o livro será lançado em outras cidades, com eventos já agendados para o dia 27 de novembro, em Brasília, e no dia 5 de dezembro, em São Paulo.

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