Em reunião, Pollara diz que crise da saúde está ligada à “falta de credibilidade financeira da Prefeitura”

Uma reunião emergencial nesta segunda-feira, 25, reuniu representantes do Estado, do município, da equipe de transição da Prefeitura de Goiânia e do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Estado de Goiás (Cosems-GO) para discutir a grave crise na saúde pública da capital, Wilson Pollara, secretário municipal de saúde, disse que a “Prefeitura está sem credibilidade financeira” como uma das justificativas para o colapso notado na questão das UTIs na cidade.

Durante o encontro, Wilson Pollara, destacou como “honrosa” a postura do prefeito eleito, Sandro Mabel, que se comprometeu a buscar soluções antes mesmo de assumir o cargo oficialmente em 2025. “É uma atitude de muita honra e demonstra preocupação genuína com a população de Goiânia. Assumir essa responsabilidade 35 dias antes da posse é algo digno de reconhecimento”, afirmou Pollara.

Principais problemas da saúde em Goiânia

Pollara apontou dois fatores centrais para o colapso no sistema de saúde municipal: a falta de credibilidade financeira da Prefeitura e a ausência de um hospital municipal. Ele explicou que, sem um hospital próprio, a cidade depende exclusivamente de leitos de UTIs em hospitais privados, que atualmente não conseguem atender à demanda devido à inadimplência nos repasses financeiros.

“O hospital privado não consegue sustentar essa parceria sem receber os pagamentos devidos”, afirmou o secretário.

Além disso, Pollara ressaltou que muitos hospitais enfrentam dificuldades para operar com os valores defasados pagos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Ele destacou a necessidade de reforçar a parceria entre os entes municipal, estadual e federal, já que a gestão do SUS é tripartite.

A urgência de um hospital municipal

A criação de um hospital municipal foi levantada como solução crucial para melhorar a saúde pública de Goiânia. Reportagem recente do Jornal Opção trouxe especialistas que destacaram o exemplo positivo do Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia, que transformou o atendimento na cidade vizinha. A falta dessa infraestrutura em Goiânia compromete gravemente a assistência aos pacientes, especialmente os do SUS.

Um cenário de colapso e perdas humanas

A crise na saúde pública da capital já se reflete em casos dramáticos. Ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) estão inoperantes, anestesistas permanecem em greve devido a condições precárias de trabalho, e maternidades sofrem com atrasos nos repasses financeiros. A situação mais crítica, segundo Pollara, é a indisponibilidade de leitos de UTI para pacientes do SUS, agravada por inadimplências e a baixa remuneração oferecida pelo sistema.

O impacto humano é devastador: pelo menos quatro mortes já foram confirmadas devido à falta de vagas em UTIs.

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