Desembargadores, advogados e empresários são investigados pela PF por negociar sentenças em MT

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta terça-feira, 26, a Operação Sisamnes, que investiga um esquema de venda de sentenças no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). Entre os alvos estão desembargadores, advogados e empresários, acusados de negociar decisões judiciais em troca de benefícios financeiros.

Foram cumpridos um mandado de prisão preventiva e 23 de busca e apreensão em Mato Grosso, Goiás e no Distrito Federal. A operação incluiu medidas como monitoramento eletrônico, bloqueio de bens e valores, além da apreensão de passaportes dos envolvidos.

Quem são os investigados?

Desembargadores

  • Sebastião de Moraes Filho: Com mais de 30 anos no TJMT, foi promovido a desembargador em 1995 e optou por continuar na ativa mesmo após atingir tempo de aposentadoria.
  • João Ferreira Filho: Ingressou no TJMT em 1989 e foi promovido a desembargador em 2011, após atuar em várias comarcas do estado.

Ambos foram afastados das funções em agosto de 2024 por determinação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que encontrou indícios de irregularidades.

Lobista e empresário

  • Andreson de Oliveira Gonçalves: Apontado como intermediário no esquema, Andreson é empresário e lobista, com negócios em diversas áreas. Ele foi preso preventivamente.

Outros envolvidos

  • Mauro Thadeu Prado de Moraes: Filho de Sebastião, investigado por participação no esquema.
  • Mirian Ribeiro Gonçalves: Advogada e esposa de Andreson.
  • Rafael Macedo Martins: Servidor do TJMT, afastado por suspeitas de envolvimento.
  • Flaviano Kleber Taques Figueiredo: Advogado que já integrou a lista tríplice para desembargador.
  • Valdoir Slapak – Empreendedor na área de consultoria de negócios.
  • Haroldo Augusto Filho – empresário.
  • Victor Ramos de Castro.
  • Rodrigo Vechiatto da Silveira – empresário
  • Roberto Zampieri – Advogado assassinado em 2023

De acordo com as investigações, os desembargadores recebiam vantagens financeiras para emitir decisões favoráveis a clientes indicados pelos intermediários, como advogados e lobistas. O grupo também é suspeito de vazar informações sigilosas relacionadas a operações policiais.

O esquema veio à tona após a morte do advogado Roberto Zampieri, assassinado em dezembro de 2023, que tinha vínculos com os magistrados. O Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) declarou estar colaborando com as investigações e reforçou que o atendimento no TJMT segue normalmente.

Já os outros envolvidos, segundo o G1 MT, foram procurados pela reportagem e não se manifestaram. O espaço segue aberto.

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