Oposição já se articula e eleição da OAB-GO deve ter clima de rivalidade semelhante ao último pleito

No dia 19 de novembro de 2021, o advogado Rafael Lara e sua chapa Compromisso OAB foram eleitos para o triênio 2022-2024 com 7,2 mil votos, o equivalente a 39,5%. Em segundo lugar, com 6,2 mil votos – o que equivale a 34,1% dos votos -, ficou o criminalista Pedro Paulo de Medeiros com sua chapa Muda OAB. Rodolfo Mota, com a chapa Ordem Unida, obteve a terceira posição, com 2,7 mil votos (11,4% dos votos). O pleito foi marcado por polêmicas, com ataques e acusações circulando intensamente nos bastidores. E agora, três anos depois, o cenário que se desenha é de uma eleição tão ou mais rivalizada que a anterior.

Assim como a última, a votação deste ano está prevista para acontecer no segundo semestre, mês de novembro, e terá praticamente todos os nomes que se dispuseram na disputa de 2021. De um lado, temos o atual presidente Rafael Lara (e seu grupo), que vai pleitear um segundo mandato. Do outro, temos uma oposição que começa a se consolidar, já preparando o terreno para os embates que se aproximam. E no centro, temos alguns que tentam desde já costurar uma tentativa de “unificação”.

É o caso de Pedro Paulo, que encabeçou a chapa de oposição em 2021. Ao Jornal Opção, disse que “sem sombra de dúvida” será candidato neste ano, mas que não se sabe a que cargo na diretoria da Ordem. Segundo o advogado, seu investimento neste ano será para a construção de uma chapa unificada. “Com toda certeza serei candidato, mas não sei se à presidência […]. Eu sou idealista, então acredito sim em uma chapa unificada. Estou conversando com todos, para que tenhamos uma eleição mais pacífica neste ano, diferente do que foi a última”, disse.

Conforme apurado pela reportagem, Pedro Paulo estaria abrindo diálogos e também ficado mais próximo de Lara. Não se sabe quem encabeçaria a chapa unificada almejada por ele, mas tudo aponta justamente para o atual presidente. Rafael Lara, por sua vez, disse à reportagem que está focado na sua gestão e deixará para pensar em eleição somente no segundo semestre. No entanto, adiantou que “está aberto para diálogos”. “Vou conversar com qualquer pessoa, qualquer colega que se dispuser”, destacou, ao sinalizar que toparia, sim, ingressar em um projeto de chapa única.

Contudo, essa é justamente a realidade mais improvável de concretizar na eleição deste ano, pelo menos até agora. Segundo Bruno Pena, “a chance de haver uma chapa unificada é zero”. O advogado é um dos cotados para encabeçar uma chapa de oposição forte a Lara, e já mantém conversas adiantadas com nomes vários dos nomes presentes na disputa em outros anos, como os advogados Valentina Jungmann, Rodolfo Mota, Leon Deniz e Júlio Meirelles.

Ao Jornal Opção, Pena fez críticas à atual gestão e disse descartou “qualquer possibilidade de estar em uma chapa única” liderada por Rafael Lara. “Com certeza terá chapa de oposição, e ela virá forte. Estamos conversando com várias pessoas para montar uma chapa não baseada em oposição por oposição, mas com propósitos, uma chapa coerente, com projetos”, afirmou.

O advogado Júlio Meirelles foi outro que confirmou os diálogos em torno de uma chapa de oposição. “Ainda estamos em conversas embrionárias, e este ano é atípico devido aos pleitos municipais”. Meirelles se refere às eleições dos conselhos seccionais da OAB, que também vão acontecer em 2024.

O grupo já se encontrou em jantares e almoços para tratar da eleição da Ordem e, conforme apurado pela reportagem, tentam atrair para o grupo outros nomes que manifestam oposição à atual gestão. A tendência buscada é a de um cenário com menos chapas e uma oposição unificada.

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