Vai e vem de políticos não é mais só sobre partidos, mas também domicílio eleitoral

Que os políticos vivem pulando de uma legenda a outra sem nenhum pudor não é novidade para o eleitorado brasileiro. Mas ao longo dos anos, o troca troca de siglas, ainda que com ideologias completamente diferentes, não foi o bastante para conter o desejo pelo poder. O vai e vem agora inclui também o domicílio eleitoral, ou seja, onde a pessoa vota e se candidata.

A troca de cidade onde o candidato vota ou se candidata não é ilegal, nem imoral. No entanto, ela pode revelar a falta de apreço ou carinho pelo lugar que essa pessoa cresceu e construiu raízes. Para trocar seu domicílio, a legislação eleitoral exige que um candidato more há pelo menos três meses no novo local, seja um Estado ou um município, além de demonstrar vínculo com o lugar.

O ex-juiz Sérgio Moro, por exemplo, tentou trocar seu domicílio eleitoral do Paraná para São Paulo para concorrer ao Senado Federal em 2022. A clara falsidade do pleito fez com que o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) rejeitasse a tentativa. Moro, aliás, tão pouco ou nenhum vínculo com São Paulo que registrou um hotel como sendo seu novo endereço.

Na bagagem, Moro levou a esposa, Rosângela, que se elegeu deputada federal por São Paulo. Agora, em 2024, com a iminência da cassação do marido, e ainda ocupando uma cadeira no legislativo, Rosângela pediu e conseguiu a troca de residência para disputar um eventual mandato ao Senado. Caso Moro seja cassado, novas eleições para o preenchimento da vaga devem ocorrer.

Caso seja confirmada a troca, não há nenhuma implicação ou sanção a ser imposta para a deputada federal. No âmbito eleitoral, no entanto, a estratégia pode não agradar o eleitor. A ver.

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