Em novo depoimento, Mauro Cid revela que era o intermediário entre Bolsonaro e a cúpula do Exército

O tenente-coronel Mauro Cid, em seu depoimento à Polícia Federal (PF), nesta segunda-feira, 12, afirmou ser o intermediário entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-comandante do Exército, general Freire Gomes. Cid alegou manter a cúpula da instituição informada sobre possível trama de golpe que se desenvolvia no Palácio do Alvorada no final de 2022, de acordo com informações do Jornal O Globo.

De acordo com fontes próximas às investigações, Freire Gomes acompanhava a situação no Alvorada através de Cid, buscando constantemente identificar quem estava incentivando o então presidente a prosseguir com a suposta ofensiva golpista. Os investigadores consideraram o depoimento de Cid, que durou mais de 8 horas, como esclarecedor. Este testemunho foi dado no contexto da colaboração premiada que o ex-ajudante de ordens estabeleceu com a PF em setembro do ano passado, após passar mais de 4 meses detido.

Desde os primeiros depoimentos, Cid buscou isentar Freire Gomes da participação na suposta trama golpista, descrevendo-o como um militar legalista que se opôs aos planos golpistas. Até o momento, a PF trata o general como testemunha dos fatos, não como investigado.

Cid forneceu esclarecimentos sobre as “atualizações” que repassou ao general Freire Gomes sobre as minutas golpistas em um áudio enviado em 9 de dezembro, dois dias após Bolsonaro convocar os chefes das Forças Armadas para uma reunião no Palácio do Alvorada.

Na versão do tenente-coronel, o que a PF interpreta como “minutas golpistas” seriam discussões de “cenários” que seriam implementados apenas se fosse descoberta fraude nas urnas eletrônicas -, o que não ocorreu. Esses “cenários” envolviam a decretação de estado de sítio, anulação das eleições, realização de um novo pleito e a prisão de autoridades, incluindo o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes.

Mauro Cid foi convocado para novo depoimento após o General Freire Gomes ser ouvido por mais de oito horas pela PF. No depoimento, Freire envolveu diretamente o ex-presidente na trama golpista, afirmando que Bolsonaro lhe apresentou a minuta em uma reunião ocorrida em 7 de dezembro, no Palácio da Alvorada. Segundo a colunista Míriam Leitão, a disposição do general em falar sobre os eventos de 2022, na visão dos investigadores, o eximiria de uma possível acusação por prevaricação.

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