Distúrbios pós-eleição resultaram em pelo menos 125 mortes em 3 dias em Moçambique, diz ONG

Pelo menos 125 pessoas perderam a vida em três dias de tumultos em Moçambique, após a controversa confirmação da vitória do candidato do partido no governo nas eleições presidenciais de outubro, conforme informou a ONG local Plataforma Decide nesta quinta-feira, 26.

Na terça-feira, 24, o governo declarou que ao menos 21 pessoas haviam morrido em 24 horas e 24 estavam feridas, com 13 delas sendo policiais. Na quarta, a polícia comunicou que mais de 1.500 prisioneiros escaparam de uma penitenciária de segurança máxima em Maputo e que 33 presos morreram durante a revolta.

Com as 125 vidas perdidas registradas pela ONG Plataforma Decide, o total de óbitos atingiu 252 em dois meses no país, que é uma antiga colônia portuguesa na região sul da África, sob o governo da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) desde a sua independência em 1975.

A primeira série de confrontos surgiu após a divulgação, na metade de outubro, dos resultados das eleições realizadas no dia 9 daquele mês. A segunda onda de violência eclodiu na segunda-feira, 23, quando o Conselho Constitucional confirmou a eleição do candidato da Frelimo, Daniel Chapo, com 65% dos votos.

Seu principal opositor, Venancio Mondlane, denunciou a ocorrência de fraudes em larga escala e avisou que um “caos” poderia surgir no país se a Frelimo permanecesse no poder. O Conselho Constitucional afirmou que ele obteve em torno de 24% dos votos.

Nesta quinta-feira, Mondlane acusou as forças de segurança de permitir saques e destruição para criar um pretexto para o governo declarar estado de emergência e reprimir os protestos.

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