Igreja Anglicana dá passo histórico ao ordenar sacerdote gay no Rio Grande do Sul

No último dia 15, domingo, a Igreja Episcopal Anglicana de Caxias do Sul, localizada na Serra Gaúcha, celebrou um marco histórico em sua trajetória. Pela primeira vez em seus 74 anos, a paróquia ordenou um sacerdote gay.

Auderli Sidnei Schroeder, de 52 anos, foi consagrado padre durante uma cerimônia eucarística, o que representa um avanço significativo para a Igreja e para a inclusão de pessoas LGBTQIA+ dentro do contexto religioso.

Schroeder, natural de Novo Hamburgo, ocupa desde 2022 o cargo de diácono na Paróquia Anglicana Virgem Maria. Com forte atuação na promoção da inclusão de pessoas LGBTQIA+ no ambiente cristão, ele tem se destacado por seu trabalho em favor de um entendimento mais aberto e acolhedor da fé.

Além de sua dedicação religiosa, Schroeder também exerce a profissão de guia turístico e utiliza sua plataforma como líder espiritual para reforçar a mensagem de aceitação e igualdade, com postagens nas redes sociais que destacam a ideia de que “amar não é pecado”.

A Paróquia Anglicana Virgem Maria, fundada em 1950, pertence à Diocese Meridional, que tem sua sede em Porto Alegre, e é conhecida por suas políticas progressistas. Desde sua fundação, a Igreja Episcopal Anglicana do Brasil tem se destacado pela promoção da igualdade de gênero e da inclusão de minorias.

Foi a primeira denominação religiosa no país a permitir a ordenação de mulheres, prática que ocorre desde 1984. Além disso, a Igreja reconhece oficialmente o casamento entre pessoas do mesmo sexo, alinhando-se às questões de direitos civis e à inclusão de todas as orientações sexuais em seus espaços de culto.

Em sua paróquia, Schroeder mantém uma bandeira com as cores da diversidade na entrada, símbolo de seu compromisso com a aceitação e com a luta pela inclusão de todas as pessoas, independentemente de sua orientação sexual.

A paróquia

A paróquia, com sua postura inclusiva, se autodenomina uma “igreja da inclusão”, uma visão que se reflete tanto na prática pastoral quanto nas ações cotidianas de seus membros. A bandeira de diversidade não é apenas um sinal visual, mas também um convite àqueles que buscam um ambiente acolhedor e sem julgamentos.

A postura progressista da Igreja Anglicana de Caxias do Sul está em sintonia com a visão mais ampla da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, que, desde suas origens, tem sido pioneira em temas de inclusão e direitos humanos dentro do contexto religioso.

Além da ordenação de mulheres e do reconhecimento do casamento entre pessoas do mesmo sexo, a Igreja permite que seus sacerdotes exerçam outras profissões fora da igreja, um diferencial que destaca seu compromisso com a vida cotidiana de seus membros, sem exigir exclusividade para o trabalho religioso.

Para muitos, a ordenação de Auderli Sidnei Schroeder é um reflexo de uma transformação mais ampla dentro da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, que busca adaptar-se às mudanças sociais e culturais, promovendo a inclusão e a aceitação sem perder seus princípios fundamentais de fé.

A Igreja, portanto, reforça seu papel como uma instituição religiosa que valoriza a dignidade humana, a igualdade de gênero e a liberdade de expressão, abraçando todas as pessoas, independentemente de sua identidade sexual ou de gênero.

Com o avanço do tempo, a Igreja Episcopal Anglicana, tanto em Caxias do Sul quanto em outras partes do Brasil, reafirma seu compromisso com um cristianismo que acolhe, abraça e respeita as diferenças, proporcionando um ambiente de fé onde a diversidade é celebrada e não condenada.

A ordenação de Auderli Sidnei Schroeder, como o primeiro sacerdote gay na história da paróquia, é apenas um reflexo de um movimento maior, que busca incluir todos os filhos e filhas de Deus, sem discriminação ou preconceito.

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