Pilotos receberam aviso de pássaros antes de acidente fatal na Coreia do Sul; vídeo

O Boeing 737-800 da Jeju Air, que explodiu durante uma tentativa de pouso no Aeroporto Internacional de Muan, na Coreia do Sul, recebeu um alerta da torre de controle sobre o risco de colisão com pássaros momentos antes do acidente, segundo o Ministério dos Transportes sul-coreano. A aeronave, que fazia a rota entre Bangkok, na Tailândia, e Muan, transportava 181 pessoas. Apenas dois passageiros sobreviveram, enquanto 179 perderam a vida.

Imagens capturadas por testemunhas e obtidas por uma emissora local mostram o motor em chamas antes de o avião ultrapassar a pista, colidir com um muro e explodir. O ministério informou que os pilotos declararam emergência e optaram por uma manobra de pouso com o trem de pouso recolhido, conhecida na aviação como “pouso de barriga”. Essa técnica, usada em situações extremas, é considerada segura e raramente resulta em fatalidades, mas não impediu o desfecho trágico neste caso.

Segundo relatos da agência sul-coreana Yonhap, os pilotos já haviam tentado pousar anteriormente e precisaram arremeter. Na segunda tentativa, o avião ainda estava em alta velocidade ao final da pista, o que agravou o impacto. Autoridades investigam se uma colisão com aves pode ter causado falhas no trem de pouso e no motor, enquanto também avaliam as condições climáticas no momento do incidente.

De acordo com o jornal The Guardian, o Aeroporto Internacional de Muan é o que mais registra colisões com aves na Coreia do Sul. Entre 2019 e agosto deste ano, foram reportados 10 casos no local. A proximidade com áreas costeiras e campos favorece a presença de pássaros, o que representa um risco constante para as operações aéreas. Um passageiro chegou a enviar uma mensagem a um parente relatando que havia visto um pássaro preso na asa do avião, conforme divulgado pela agência News1.

Especialistas que analisam o acidente destacaram que o fogo no motor é compatível com incidentes envolvendo aves. No entanto, as investigações preliminares também apontam outros fatores, como a velocidade elevada durante a aproximação e as possíveis dificuldades enfrentadas pelos pilotos ao tentar pousar na direção oposta à pista devido à emergência.

O presidente interino da Coreia do Sul, Choi Sung-mok, que assumiu o cargo após o impeachment de seu antecessor, ordenou a mobilização total de recursos para o resgate e a apuração das causas do acidente.

O modelo envolvido no incidente, o Boeing 737-800, é amplamente utilizado na aviação comercial mundial e possui um histórico de segurança confiável. No Brasil, a aeronave é operada principalmente pela Gol Linhas Aéreas. As autoridades continuam trabalhando para esclarecer os detalhes do acidente e prevenir ocorrências semelhantes.

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