Rússia ataca Kiev; Ucrânia interrompe fornecimento de gás russo à Europa

O fornecimento de gás natural da Rússia para a Europa através da Ucrânia foi cortado por completo nesta quarta-feira, 1. Kiev e Moscou afirmam que o fim do fornecimento se deve à não renovação de um contrato firmado em 2019 que expirou neste ano. A guerra entre os dois países impediu a assinatura de um novo termo. A rescisão do contrato havia sido informada anteriormente.

O fornecimento do gás à Europa se dava através de gasodutos que ligavam o continente à Rússia, passando pela Ucrânia. Esse abastecimento acontecia dessa forma desde 1991, desde o fim da União Soviética. Como Ucrânia e Rússia estão em guerra desde fevereiro de 2022, não se renovou o contrato e o abastecimento histórico chega ao fim. 

“A Rússia perde mercados e sofrerá perdas financeiras”, disse o ministro da Energia ucraniano, Guerman Galushchenko, em comunicado oficial. Por sua vez, a Gazprom, companhia de gás russo, reforçou: “Desde as 08h00 (05h00 GMT), não foi fornecido mais gás russo para trânsito através da Ucrânia”.

Estima-se que o transporte desse recurso para a Europa chegou na casa dos 14,65 bilhões de metros cúbicos em 2023, o que beneficiou economicamente tanto a Rússia quanto a Ucrânia. Mesmo durante a guerra, o contrato foi mantido, entretanto, sem ânimo para renovação. 

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O contrato até então vigente dava concessão à empresa Gazprom para exportar para a Áustria, a Hungria, a Eslováquia e a Moldova. Os valores do contrato para a Ucrânia significavam cerca de 700 milhões de dólares (672 milhões de euros) anuais. 

O contrato de fornecimento de gás era uma fonte de receitas multimilionárias para a Rússia, que permitia à empresa Gazprom exportar para a Áustria, a Hungria, a Eslováquia e a Moldova, mas também significava cerca de 700 milhões de dólares (cerca de 672 milhões de euros) por ano para a Ucrânia.

O fim do transporte via Ucrânia se soma à sabotagem dos tubos Nord Stream no Mar Báltico, há dois anos atrás, e limita ainda mais as possibilidades de transporte do gás russo à Europa. Agora só os gasodutos TurkStream e Balkan Stream (extensão desse primeiro) levam o produto russo à Europa, além, claro, do gás líquido transportado por vias marítimas. 

Vale ressaltar que durante o inverno europeu, atualmente vigente, o gás natural é fundamental para aquecimento das casas e prédios oficiais, além de servir de combustível em algumas ocasiões. Um abalo abrupto no fornecimento desse material pode não apenas encarecer o recurso, mas também levar à morte de milhares.

Ao mesmo tempo 

Na noite de ano novo, conforme informa a Reuters, o governo russo lançou ataques a Kiev com drones, deixando um morto e seis feridos, entre eles, uma grávida. 

Ao mesmo tempo, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, enviou mensagem de ano novo à população na qual chama de heróis os soldados que lutam na Ucrânia: “Estamos orgulhosos da vossa coragem e bravura”. 

Sem fazer menções à situação do campo de batalha, Putin conclui: “Temos a certeza de que tudo vai ficar bem, vamos apenas seguir em frente. Sabemos com certeza que o valor absoluto para nós foi, é e será o destino da Rússia e o bem-estar dos seus cidadãos”. 

Por sua vez, o presidente ucraniano Volodymyr Zelenski, em seu comunicado de ano novo, afirma que vai fazer de tudo para encerrar a guerra em 2025, e diz ainda que a paz não será dada como um presente. 

“Que 2025 seja o nosso ano, o ano da Ucrânia. Sabemos que a paz não nos será dará como um presente, mas faremos de tudo para travar a Rússia e acabar com a guerra”, disse Zelensky.

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