Agora secretário, Kitão mira trazer recursos para a Prefeitura por meio de ‘naming rights’; entenda

Empossado nesta quinta-feira, 2, na recém-criada Secretaria de Gestão, Negócios e Parcerias, o agora ex-vereador Lucas Kitão (UB) se prepara para revitalizar os equipamentos públicos da capital. Ele contou que o prefeito Sandro Mabel (UB) lhe desafiou a realizar negócios que arrecadem recursos para gerar investimentos. Uma das propostas do novo secretário são os chamados naming rights, quando empresas privadas compram os direitos de nomeação de espaço, edifícios ou eventos.

“Sabemos da dificuldade financeira de Goiânia, mas nem por isso o trabalho deve parar”, afirma Kitão, após ser diplomado secretário. “O intuito dessa secretaria é revitalizar e reformar os equipamentos públicos do município por meio da iniciativa privada. Parcerias com a iniciativa privada em parques, praças, bosques, mercados, feiras e até na pedreira do município”, explica.

Segundo o secretário, a capital possui inúmeros patrimônios públicos mal geridos que não geram receita para a Prefeitura de Goiânia. “O desafio que o prefeito nos passou é justamente esse: fazer negócios que arrecadem mais para termos recursos para investir em outras áreas, como saúde e educação”, conta.

Por exemplo, o Complexo Industrial da Pedreira, localizado na Estrada Velha, saída para Bela Vista, é administrado pela Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra). O local fornece matéria-prima para obras da capital, como material para pavimentação asfáltica, barragens de córregos, terraplanagem e outros serviços da pasta.

Em setembro, o Jornal Opção trouxe a informação de que a pedreira está avaliada em R$ 1,2 bilhão e que poderia ser vendida para pagar as dívidas da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg). Inclusive, o ex-presidente Alisson Borges (DC) queria atuar na venda.

Além da pedreira, Kitão será responsável pelo Parque Multirama e pelo Parque Zoológico. Ao mesmo tempo, a pasta também herdará atribuições da Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Economia Criativa (Sedec) envolvendo as feiras de Goiânia. Vale lembrar que a Sedec foi transformada em Secretaria de Indústria e Comércio.

Naming rights

Outra proposta que Kitão deverá trabalhar no início de sua gestão é a dos naming rights em Goiânia, nos quais empresas privadas compram os direitos de nomeação de um espaço, edifício ou evento. Ao adquirir esses direitos, o comprador passa a ter o direito de associar seu nome ao local ou evento por um período determinado.

O secretário cita que há um projeto de sua autoria em tramitação na Câmara quando ainda era vereador sobre os naming rights em Goiânia. “É uma proposta nossa e está indo para a última votação. Era para ter sido votado agora, mas recebeu um pedido de vistas”, relata.

Questionado sobre a possibilidade de a matéria correr risco de vício de iniciativa, o ex-vereador comentou que não vê problemas nesse aspecto.

“O nosso projeto é bem construído no sentido de ser autorizativo, ou seja, ele autoriza o prefeito a agir quando quiser, não o obriga. Por isso, acredito que o vício de iniciativa será sanado. Se houver algo relacionado a mudanças administrativas ou tributos, isso é de iniciativa do Executivo. Então, se o Mabel quiser um projeto mais abrangente, ele precisa partir dele. O importante é que existe a discussão, assim como foi no projeto do 5G. Eu não preciso ser o pai da criança, só quero que ela cresça e traga frutos para a cidade”, conta Kitão, relembrando o projeto sobre o 5G em Goiânia, que o Paço Municipal precisou reenviar.

Anteriormente, em entrevista exclusiva ao Jornal Opção, Mabel também se posicionou entusiasmado com a medida, vista como “dinheiro grátis” para o Paço Municipal.

“Com tudo o que pudermos, há espaço para garantir recursos mesmo neste cenário. O zoológico, por exemplo, tem despesas de R$ 4 milhões por ano, mais uma folha de R$ 2 milhões, totalizando um custo anual de R$ 6 milhões. Sua arrecadação é de R$ 120 mil. O que podemos fazer para reduzir esse déficit de R$ 5,82 milhões? Já fomos ao zoológico verificar se há patrocínios, propagandas, naming rights? Tem que ter. Há áreas onde empresários podem pagar pela oportunidade de oferecer degustação de seus produtos. Podemos aumentar a arrecadação para R$ 2, 3 milhões”, defendeu o prefeito.

Lembrando que diversas cidades do Brasil adotaram o sistema de naming rights, incluindo São Paulo.

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