Agenda de leitura de escritores, jornalistas e intelectuais para 2025 (Parte 1)

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Martha Batalha

Escritora

O que tenho já na estante para ler é “The Netaniahus”, sátira do autor Joshua Cohen. O livro ganhou alguns prêmios e pelo pouco que já li (a amostra de kindle) tem sentenças primorosas.

Oliver Burckeman, “Meditation for Mortals”, gostei muito do livro dele anterior — “4.000 Weeks”, sobre como devemos usar nosso tempo de vida (de aproximadamente quatro mil semanas).

Gostaria de ler todas as crônicas do Machado e a “Antologia pessoal” do Dalton Trevisan, autor que li há muitos anos e gostaria de revisitar.

Tenho lido bastante sobre Budismo e gosto muito do autor e líder espiritual Thich Nhat Hanh e certamente lerei algo dele no ano que vem.

Livros que releio esporadicamente e que talvez retome em 2025: “Leite Derramado”, de Chico Buarque, e “Cem anos de Solidão”, de García Márquez.

No mais, eu não tenho planos, e fico aberta para leituras que surgem.

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Martim Vasques da Cunha

Crítico e escritor

Se 2024 foi um ano complicado, com certeza 2025 será ainda mais tumultuado. Mas, como precisamos manter um pouco de integridade, insistimos neste hábito esquecido nessas plagas e que chamamos de “leitura”.

Por isso, aqui vai uma lista de livros que gostaria de ler nos próximos doze meses, se alguém lá em cima permitir:

As Obras Completas de Henry Adams (3 volumes, Library of America): o neto e o filho de dois presidentes americanos é um dos maiores estilistas da língua inglesa. Sua autobiografia (“A Educação de Henry Adams”) é um primor de pessimismo; mas ele também meditou sobre o desencantamento do mundo (em Monte Saint-Michel e Chartres) e sobre o progresso tecnológico que devastou a América (nos relatos históricos sobre as presidências de Thomas Jefferson e James Madison). A leitura ideal para entender o que vai acontecer com o mundo na próxima década.

Poemas de Pier Paolo Pasolini (antiga edição da falecida Cosac Naify): Porque Pasolini foi um poeta que abriu meus olhos para compreender a realidade de outra maneira, assim como Bruno Tolentino e Ezra Pound fizeram comigo nos últimos anos.

Todos os romances de Javier Mariás (Editora Martins Fontes e Companhia das Letras): Este grande romancista espanhol, falecido prematuramente em 2022, escreveu livros cheios de frases longas, sinuosas e complexas, além de meditar — graças ao que seu pai viveu, o grande filósofo Julián Marías — sobre uma das minhas obsessões: o problema da traição.

As Obras Completas de José Ortega Y Gasset (10 volumes, Taurus Editora): já que vou ler Javier Marías, por que não ler o pai de todos do pensamento moderno espanhol — o grande filósofo que escreveu outros livros fascinantes, além daquele que todo mundo já cita no Instagram (mas ninguém leu, per supuesto): “A Rebelião das Massas”?

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Lêda Selma

Poeta, contista, cronista

Em 2024, meu tempo encurtou e o trabalho extrapolou o limite do possível. Então, programei-me para revisitar livros em que já havia passeado, em busca de novos túneis, bifurcações e esconderijos, ou, simplesmente, trilhas, porventura, não vistas, à época. E renovei o amor e o entusiasmo por todos, a cada achado não percebido na primeira leitura. Um olhar mais avançado para bisbilhotar profundidades.

Comecei com o goiano, e já saudoso, Emílio Vieira, e seu livro “Poemas da Revisitação” (Kelps). O poeta contempla a vida, a busca da alegria de estar no mundo, revelações do amor, indagações sobre a morte, por meio de uma poesia lírica, ora densa, ora leve, e assim, explicita sentimentos, assombros e emoções.

“Felicidade Clandestina” (Rocco), de Clarice Lispector. 25 contos (ou crônicas, ou nada disso, como dizia a autora, pois não se prendia a gêneros) inspirados, alguns deles, em acontecimentos de sua infância e adolescência; noutros, nas descobertas da complexidade existencial, no contato estreito com os animais, com as angústias, frustrações, imprevistos e, por aí, vai.

“Jerusalém — A Biografia” (Companhia das Letras), de Simon Sebag Montefiore. Narrativas sensíveis, refinadas, sob um olhar ampliado e tocante de fatos históricos, e até de momentos risíveis, uma leitura que segura o leitor.

“Médico de Homens e de Almas” (Record), de Taylor Caldwell. História da vida e da obra de São Lucas, excelente e dedicado médico, uma das personalidades mais eminentes da Igreja Cristã; os dados são enfocados com o máximo de veracidade, que legitimam fatos desde o início de sua vida, conteúdo rico em narrativas comoventes e muito bem detalhadas.

Após as revisitações, sugestões outras, aos amantes da boa leitura, no afã de valorizar e divulgar alguns autores que produzem literatura em Goiás.

“A Poesia da Literatura Brasileira —Do Barroco ao Modernismo” (Kelps), da acadêmica (AGL) Maria de Fátima Gonçalves Lima. Um caminhar do lúdico ao acadêmico e desse ao científico, pelas veredas que levam à universalidade literária.

“Todos os Voos” (reedição, Kelps), poemas da acadêmica (AGL) Maria Helena Chein. Já resenhado, com excelência, por Jô Sampaio, no Jornal Opção, destaca a linguagem sem excessos estilísticos, imagens bonitas, sutilezas metaforizadas com que a poetisa canta o amor, a vida, angústias, as tramas do cotidiano.

“No Verso do Caso”, de Sandra Maria (trilogia de poemas e prosa, Editora Cânone). Projeto original, com páginas simbólicas (em branco ou divisórias coloridas) para que o leitor penetre e interaja com os textos de variados e incitantes temas.

“Passageiro e Eterno”, do acadêmico (AGL) Getúlio Targino Lima, também resenhado, com a mesma excelência, por Jô Sampaio, no Jornal Opção, é um conjunto de sonetos de qualidade aquilatada pela beleza, pela fôrma que os abarca, pela delicadeza, sem pieguice, do romantismo.

E, por fim, “Latim em Pó” (Companhia das Letras), de Caetano W. Galindo. Um trajeto curioso e instigante pelos trilhos do português, que amplifica conhecimentos, aponta descobertas, de forma minuciosa e de fácil assimilação, atinentes à história de nossa língua-mãe.

Leitor, arrisque-se em confiar no meu paladar literário. Quem sabe, gostará?

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Solemar Oliveira

Escritor e professor da UEG

Há alguns anos, parei de ler o que os críticos acham necessário e decidi ler apenas aquilo que me interessa. Em parte, que erro. Para escrever, é preciso ler. Isso é indiscutível. Não é possível formar uma opinião de leitor e amadurecer um estilo ou uma técnica de escrita sem ler os cânones literários. Mas, no percurso desse entendimento, ocorreu um fenômeno curioso.

Em geral, os clássicos que li são maravilhas necessárias, literatura de fabulosa importância e de múltiplos engrandecimentos.

Mesmo assim, ainda sobre a obrigatoriedade das leituras impostas, me ocorre agora uma frase dita pela inflexível Fermina Daza, de “O Amor nos Tempos do Cólera”, de Gabriel García Márquez: “Faz um século me cagaram a vida com esse pobre homem porque éramos demasiado jovens, e agora querem repetir a dose porque somos demasiado velhos. […] Que vão à merda. Se nós viúvas temos alguma vantagem, é que já não resta ninguém que nos dê ordens”.

Carece de alguns ajustes, mas o sentimento é mais ou menos esse. Assim, segue a lista de coisas que desejo, sinceramente, ler no ano miraculoso de 2025. Acrescento aqui o fato de, no próximo ano, comemorarmos o aniversário de 120 anos dos cinco trabalhos fantásticos de Albert Einstein, que reformularam a visão da ciência moderna. Espero que, guardadas as devidas proporções, aconteça o mesmo fenômeno consciente com minhas leituras e minha literatura.

Já devia ter lido (clássicos que estão na estante há tempos demais)

1 — “Narrativas do Espólio”, de Franz Kafka. É uma coletânea de textos inacabados e não publicados em vida, organizados por seu amigo Max Brod. Será um mergulho maior no universo kafkiano.

2 — “Praça dos Heróis”, de Thomas Bernhard. Espero encontrar, indiscutivelmente, a pancada no estômago e ser nocauteado pela crítica pesada e cheia de hipocrisia e complacência do escritor austríaco.

3 — “Os Papéis de Aspern”, de Henry James. Ainda sobre cartas, o livro do escritor americano é uma mistura de tensão e mistério, um charme nos clássicos.

4 — “A Colmeia”, de Camilo José Cela. O livro é um retrato da vida na Espanha pós-guerra, mostrando as angústias e dificuldades do dia a dia de uma sociedade cheia de tensões. Uma leitura que, apesar de dura, oferece uma visão poderosa sobre a condição humana. Indicação do poeta Adalberto de Queiroz, que me despertou a curiosidade imediatamente.

5 — “Todas as Cosmicômicas”, de Italo Calvino. Essa coletânea de contos mistura ficção científica com filosofia e humor. É um livro surreal que trata de ciência de maneira criativa e mostra por que o italiano é considerado um dos maiores mestres da literatura contemporânea.

Lerei motivado (na fila com grandes expectativas)

6 — “Tempo”, de Guido Tonelli. Um físico deve conhecer os principais nomes da divulgação científica, e este é, sem dúvida, um dos mais renomados. Um livro para comemorar os 120 anos do advento da Física Einsteiniana.

7 — “No Degrau de Ouro”, de Tatiana Tolstáia. As escritoras russas traduzidas para o português são poucas. O número de livros publicados é inversamente proporcional ao talento delas. Essa edição da Editora 34 é um presente para os leitores interessados.

8 — “Ensaios Seletos”, de Virginia Woolf. O livro reúne textos que falam de literatura, arte e o papel das mulheres na sociedade, tudo com escrita afiada e cheia de sensibilidade.

9 — “A Dificuldade de Ser”, de Jean Cocteau. Um dos livros do escritor, dramaturgo, cineasta e artista multifacetado francês, conhecido por sua criatividade única e transgressora.

10 — “História do Inferno”, de Georges Minois. Para embasar novas histórias, esse livro imerge nas origens e transformações da ideia de inferno ao longo da história. Um livro que investiga nossas crenças mais sombrias.

Leituras do desespero (mergulhos intensos)

11 — “Poemas Reunidos”, de Sylvia Plath. Traduzir poesia não é tarefa simples. Neste livro, que aborda as emoções e os pensamentos íntimos de uma escritora precoce e extremamente talentosa, espero encontrar grande fidelidade e respeito à forma e ao conteúdo.

12 — “Noctâmbulos”, de Renan Alves Melo. Vencedor do Prêmio Bolsa Hugo de Carvalho Ramos de 2023, este livro representa a afirmação do talento de um dos grandes escritores goianos da atualidade.

13 — “A Arte do Erro”, de María Negroni. Um livro cheio de reflexões sobre a beleza do imperfeito e o papel do erro na criação artística. Dizem que é o tipo de leitura que inspira e faz você enxergar o fracasso com outros olhos. Verei.

14 — “O Cerco”, de Alejo Carpentier. O livro é uma obra cheia de simbolismo e intensidade. Uma leitura de um escritor detalhista que obriga, como se deve, a pensar.

15 — “Janeiro”, de Sara Gallardo. Depois da inusitada experiência da leitura de “Eisejuaz”, aprofundar na literatura dessa escritora não é mais uma aventura incauta.
Leituras extras sem texto explicativo (para ler sem pressa):

16 — “Variações em Vermelho”, de Rodolfo Walsh.

17 — “A Louca da Casa”, de Rosa Montero.

18 — “O Clube dos Jardineiros de Fumaça”, de Carol Bensimon.

19 — “Campo Santo”, de W. G. Sebald.

20 — “Filho de Jesus”, de Denis Johnson.

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Valdivino Braz

Poeta, prosador e crítico literário

“Bendito o que semeia livros, livros à mão cheia, e manda o povo pensar.” — Castro Alves.

Processo cognitivo, decodificador de símbolos e significados, a par com um prazeroso diálogo entre leitor e o objeto-livro, o hábito da leitura é fundamental na educação e construção do indivíduo, contemplando-se interativo processo civilizatório. Dá-me, pois, o prazer edificante da leitura, e tempo ainda para ler, em 2025, o que tenho à espera em minha modesta estante. E não é que já quase chego lá? Falta pouco, muito pouco. Já tive coisa de uns três mil livros nas prateleiras, hoje reduzidos, se muito, a uns mil, ou nem isso; ocorre que sempre vendi livros já lidos aos “sebos” (comércio de livros usados), aos quais eu ficava devendo e pagando com livros para poder adquirir outros, dos próprios sebos, bem como de outras livrarias. Sempre fui um comprador de livros, e abnegado leitor, desde antes, na biblioteca do Grupo Escolar, até os meus atuais 82 anos. Já brinquei afirmando que, ao me for da vida, e se for para o suposto céu e lá não houver livros, pedirei para descer, pois aqui na Terra há livros de sobra.

De 2023 para cá, mais acentuadamente em 2024, após uma infecção generalizada e terrível estada em UTI (quase pendurei em meu portão uma tabuleta advertindo: Visite o Braz antes que ele se acabe), intensifiquei meu volume de leituras, e não por iminência de morte, mas por questão mesmo de volumes à espera, e por amor aos livros. Ainda no ano agora findo incluí releituras de obras que havia lido décadas atrás: “Os cantos de Maldoror”, de Lautréamont; “Eneida”, de Virgilio; “O Paraíso Perdido”, de John Milton, e afora auferir aforismos destas épicas e líricas epopeias, a mim elas hoje pouco acrescentam. Intento reler “Fausto”, de Goethe, e vá que talvez me ponha a reler “Ilíada” e “Odisseia”, de Homero. Virgilio, aliás, bebeu em Homero; Dante bebeu em Virgilio, e Milton bebeu nas lendárias quedas de Lúcifer e de Adão e Eva.

Continuamente, fui lendo, em 2024, entre outros, “Os Demônios” e “O Idiota”, dois calhamaços de Dostoiévski. Em seguida, reli Machado de Assis: “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, “Quincas Borba”, “Dom Casmurro” e “Memorial de Aires”. Antes eu havia relido sobre adultério de três personagens femininas: “Anna Kariênina” (de Tolstói), “Madame Bovary” (de Flaubert) e “Lady Chaterley” (de D. H. Lawrence), além de reler “A mulher de trinta anos, de Balzac. E li o excelente “Os Ovários de Madame Bovary”, dos biólogos David Barash e Nanelle Barash (pai e filha), ensaios mistos de biologia, psicologia e crítica literária. Li de um fôlego, as 940 páginas de “Os Pilares da Terra”, de Ken Follett. Li “O Conto da Aia” (que rendeu uma série), sequenciado com “Os Testamentos”, ambos de Margareth Atwood, premiada escritora e poeta canadense. Nem precisa dizer que adorei ler “Ada ou Ardor”, do russo Vladimir Nabokov, autor de nada menos que “Lolita”.

Agora em 2025, intento reler “Tristram Shandy”, de Lawrence Sterne (que influenciou um confesso Machado de Assis), e reler também “Um Homem Sem Qualidades”, de Robert Musil; “O Arco-Íris da Gravidade”, de Thomas Pynchon; “Submundo”, de Don DeLillo; e “Finnegans Wake”, de James Joyce, em cinco volumes, na versão/transcriação brasileira de Donaldo Schüler. Quanto a “Ulisses”, de Joyce, já me basta ter lido por quatro vezes (acredite se quiser): duas vezes a tradução de Antônio Houaiss, depois a de Bernardina da Silveira Pinheiro, e por último a tradução revisada de Caetano Galindo, bem como, do mesmo, a obra “Sim, Eu Digo Sim”, uma leitura guiada de Ulisses. Galindo ali tomando como título as últimas palavras de Moly Bloom, infiel esposa de Leopoldo Bloom (Ulisses), finalizando-se aí o romance — uma paródia moderna de Joyce à “Odisseia” de Homero. Vou reler o poema-livro “A Terra Devastada”, de Eliot, e o raro “Os Peãs”, do brasileiro Gerardo Melo Mourão, obra elogiada por Ezra Pound, artífice crítico-poético que orientou Joyce e Eliot.

Acredito que me ponha a reler o romance “Crônica da Casa Assassinada”, de Lúcio Cardoso. E tenta-me intento de uma releitura do “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa, conforme narrado pelo ex-jagunço Riobaldo, num estranhamento de amor pelo moço Diadorim (ou Reinaldo), este lá então morto e a descoberto o seu disfarce, tratando-se de Maria Deodorina da Fé Bettancourt Marins, em trajes de homem nos sangrentos entreveros do sertão.

Goiás & ainda outros

Da literatura produzida em Goiás, em 2024 li “A Estranha Fogueira na Qual Fora Consumido”, contos bem elaborados de Francisco Perna Filho (Chico Perna), doutor em Estudos Literários, de quem reli, em nova edição, o lírico e belo poema “As mobílias da tarde”.

Bons também “O rastro da Lesma no Fio da Navalha”, contos de Adérito Schneider; o romance “Expedição Abissal” (baseado em fato real) de Hélverton Baiano; e “Meu Amado Coronel, de Hércules Martins, romance com leveza de linguagem e erudita habilidade, um certo “ar” ao estilo de García Márquez e alguma sintaxe à Dante Alighieri na “Divina Comédia”.

Apreciei os poemas de “Certeza para as Madressilvas”, de Salomão Sousa, ele lá em Brasília. Só recentemente vim a ler, edição de 2019, e num exemplar a mim autografado, “O Espião do Morro”, de Ivan Mendonça; sem dúvida uma obra de fôlego jornalístico, que se recomenda pelo rico teor histórico do cenário político em Goiás — apenas um ligeiro lapso (página 35), por certo que depois percebido pelo autor, ao citar-se a obra Casa-Grande & Senzala como sendo de José Lins do Rego, e na verdade sendo de Gilberto Freyre. Isso não denigre autor e obra; por vezes a memória nos distrai; já eu, entre outros lapsos, uma vez publiquei, no “Diário da Manhã”, artigo em que cochilei escrevendo “entre eu e ele” e fui corrigido em artigo de Bernardo Élis, esclarecendo que o certo era dizer “entre mim e ele”. Respondi agradecendo pela correção, mas uma colunista social, implicada com escritores e poetas goianos, boicotou-me (esse é o termo) a publicação, e eu já havia sido até editor do referido jornal.

Que venha 2025 (e já chegou!). Às voltas que me tenho em andamento com um distópico metarromance, e por conta de inserções que nele tematizo (utopias, tecnologia, robótica, IAs, etc.), pretendo adquirir e ler “Poder e Progresso”, de Daron Acemoglu e Simon Johnson, recém-contemplados com o prêmio Nobel.

Já lidos por mim os recomendáveis “Sapiens — Uma Breve História da Humanidade” e “Homo Deus — Uma Breve História do Amanhã”, do historiador e filósofo israelita Yuval Noah Harari.

Andei lendo, parcialmente, de Kishore Mahbubani, “A China venceu? — O Desafio Chinês à Supremacia dos Estados Unidos”. Pretendo agora adquirir e ler os romances “Torto Arado” e “Salvar o Fogo”, de Itamar Vieira Júnior; obras consecutivamente vencedoras do Prêmio Jabuti; e dele também me interessa ainda ler, de 2017, “A Oração do Carrasco” — ressoa “A Canção do Carrasco”, de Norman Mailer, de 1979, ganhador do Prêmio Pulitzer.

Ainda no ano passado, li envolventes obras de História, como “Portugal — Três Séculos de Expansão e Descobrimento”, do renomado John Dos Passos (edição de 1970, que encontrei num sebo), e “Brasil — Uma Biografia” (700 páginas), de Lilia Schwarcz e Heloisa Starling. Destaco a excelência dos romances “Manual Prático do Ódio”, de Ferréz, e “Onde Pousam os Urubus”, de André L. Braga, dois painéis realísticos de um Brasil contemporâneo por demais conhecido. E por hoje é só. Acham pouco?

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Sueli Maria de Regino

Escritora e tradutora

Em 2024 as releituras ficaram em primeiro plano. Entre os livros que reli com mais prazer estão: “Caçando Carneiros”, “Sono” e “Kafka à Beira-Mar”, do escritor japonês Haruki Murakami, e o delicioso “Balzac e a Costureirinha Chinesa” do cineasta e escritor sino-francês Dai Sijie. Também revi, com meus netos, nossos animes preferidos do Studio Ghibli e me deliciei com a leitura de haicais do mestre Matsuo Bashô. Depois de um ano mergulhada na ficção hipnótica de Murakami e nas imagens fascinantes de Miyazaki, foi quase natural procurar nas livrarias novos escritores asiáticos. Entre os livros que comprei para ler durante o ano de 2025 estão:

“Antes Que o Café Esfrie”, do produtor, diretor e dramaturgo japonês Toshikazu Kawaguchi (Editora Valentina). O romance é adaptação de uma peça teatral de Kawaguchi, que ganhou o grande prêmio do 10º Festival de Teatro de Suginami. Os temas que explora são universais: amor, perda, recordações, amizade, gratidão, arrependimento e redenção.

“Amêndoas”, da coreana Won-pyung Sohn (Editora Rocco). O livro recebeu o Prêmio Changbi de Ficção para Jovens Adultos. Segundo a Entertainment Weekly, o romance é ousado, original, e “mergulha nas profundezas da condição humana com muito humor”.

“Os Gatos do Café da Lua Cheia”, da escritora japonesa Mai Mochizuki (Editora Intrínseca). Um romance mágico, que reúne gatos, música para piano e astrologia. Mochizuki diz ter se inspirado, para escrever o romance, nos gatos desenhados por Chihiro Sakurada, que ilustram o livro.

“O Gato que Amava Livros”, do escritor japonês Sosuke Natsukawa (Editora Planeta). O romance foi um grande sucesso editorial no Japão e trata de um tema que me é muito caro: os livros como um caminho para vencer o medo e encontrar a própria coragem.

“Uma Noite na Livraria Morisaki”, do escritor japonês Satoshi Yogisawa (Editora Bertrand Brasil). Este romance é a sequência do livro de estreia de Yogisawa, “Meus Dias na Livraria Morisaki”, que recebeu o Prêmio de Literatura Chiyoda. Uma história mágica e comovente, de amor aos livros e às pessoas que importam em nossa vida.

Como as releituras de um bom livro são essenciais para estimular os neurônios e aquecer a alma, durante o ano de 2025 também pretendo reler alguns livros especiais:

“Marcas de Nascença”, da canadense Nancy Huston (Editora L&PM). Nesse romance, vencedor do Prêmio Femina, Huston coloca em questão o que as ideias de identidade e de fronteira podem ter de arbitrário. Segundo o “Le Monde”, “uma história generosa sem ser ingênua, pungente sem ser condescendente”.

“Dicionário Cínico das Palavras da Moda”, do goiano Ademir Luiz, com capa de Adão Iturrusgarai (Bula Livros). Li esse livro recentemente e me diverti muitíssimo. Desde quando o saudoso Millôr Fernandes escrevia no “Pasquim”, não me lembro de um texto tão saboroso. Enquanto lia, fotografava verbetes e enviava para os amigos. Em tempos tão raivosos e enfadonhos, não queria me divertir sozinha. Um alerta: esse livro só pode ser devidamente apreciado por pessoas inteligentes e bem-humoradas.

“Os Cavaleiros”, de Aristófanes, com introdução e notas de Maria de Fátima de Sousa e Silva (Edição da Editora Universidade de Brasília e Imprensa Oficial do Estado). Nessa comédia, Aristófanes denuncia a corrupção na política ateniense e traça um retrato caricato do político bem-sucedido, que bem se ajusta aos nossos políticos contemporâneos.

“La Llamada de la Tribu”, do peruano Mario Vargas Llosa (Penguin Random House Grupo Editorial). O ensaio é uma autobiografia intelectual de Vargas Llosa, que apresenta expoentes do pensamento liberal, como Adam Smith, José Ortega y Gasset, Jean-François Revel, entre outros.

“Cien Años de Soledad”, de Gabriel García Márquez (Edição comemorativa da Real Academia Española e Asociación de Academias de la Lengua Espanhola). Comprei esse livro em Buenos Aires e o deixei em uma estante, esperando chegar o tempo certo para reler essa obra extraordinária em sua língua original. Já está na mesa de meu estúdio. Quero abrir as leituras do Ano Novo entre as “veinte casas de barro y cañabrava” de Macondo, em companhia dos Buendía.

7

Sandra Rodart Araújo

Historiadora e professora da UEG

Sempre gostei de listas. E, sem dúvida, as listas de livros são as minhas preferidas. Sempre as fiz, seja para o meu eu do futuro ou como incremento para minha anti-bliblioteca, “Uau! Signore professore dottore Eco, que biblioteca o senhor tem! Quantos desses livros o senhor já leu?”. Também as faço para conselhos de vida. Sim, receito livros. Então, é com prazer que recebo este convite para listar minhas escolhas para 2025 (primeiras escolhas).

Sempre incluo obras clássicas que por algum motivo ainda não li, e a cada ano sigo corrigindo esse terrível erro. O primeiro é “Fausto”,de Johann Wolfgang von Goethe, um poema trágico escrito em 1808. A obra narra o pacto de Fausto com Mefisto (o diabo) e é a súmula da modernidade, considerado seu último grande poema. O segundo, dos clássicos não lidos, é “O Vermelho e o Negro”, de Stendhal, de 1830, um romance do chamado realismo psicológico e narra a história de um rapaz de origem humilde que vive os anos de restauração da sociedade francesa a partir dos salões parisienses.

Das obras contemporâneas que vou sondando, me guio principalmente pelas listas alheias. Tenho uma lista de escritores preferidos e também uma de leitores. Gosto de saber o que leem, gosto de listas inspiradas em listas. Vejo a literatura como uma grande engrenagem que precisa de todos esses mecanismos que a compõe: os escritores, a crítica especializada e os bons leitores. Assim, ela vai mudando o mundo em cada um nós.

Sobre minha mania de stalkear leitores e suas resenhas, minha história preferida é a do meu sobrinho. Acho que fui a primeira a lhe dar livros de presente, não me lembro bem quais. Mas me lembro de um especial: “Cem Anos de Solidão”, quando ele tinha uns 16 anos. A leitura determinou seu destino. Ele se formou em Letras e se tornou um dos meus leitores preferidos. Esta é uma declaração, nunca disse isso a ele. Talvez, inconscientemente, eu tenha planejado isso. Obrigada, Paulo. Das referências do menino pretendo ler: “Nó de Víboras”, de François Mauriac, Nobel de Literatura no ano de 1952. O romance é ambientando em um vinhedo francês na década de 1930 e narra a história de Louis, um advogado rancoroso e moribundo. Enquanto espera a chegada da morte elabora em uma carta para a esposa todo o ódio contido em uma vida inteira. Ainda, “A Estrada Verde”, de Anne Enright, se passa na Irlanda de 1980 e é um drama familiar. Narra o reencontro de uma família irlandesa no Natal depois de muitos anos de afastamento. E “A Ópera dos Mortos”, de Autran Dourado, de 1967, sobre a história de Rosalina e Quiquina que vivem em um opressivo isolamento cercadas por um tempo de relógios parados em uma cidade do interior de Minas Gerais.

Das escolhas dramatúrgicas selecionei “Queimaduras”, de Hubert Colas, e “O Deus da Carnificina”, de Yasmina Reza. Ambos escritores franceses. Em “Queimaduras”, Colas explora a notícia de um crime, a morte violenta de uma criança, que não se sabe se verdadeiro ou não. O debate é sobre a violência gratuita da contemporaneidade e o iminente espreitar da barbárie. Já na peça de Yasmina Reza o tema é a incomunicabilidade, ou sua dificuldade, a partir da história de dois casais. A peça foi adaptada para o cinema por Roman Polanski em 2011.

A lista carrega também algumas manias. Sempre tento seguir a ideia de conhecer mais autores e, para isso, ler suas obras mais importantes ou uma delas. Mas não tem saída, sou sempre tomada por uma ideia de autor preferido de todos os tempos da última semana. Dos preferidos do momento tenho perseguido: Philip Roth, Cristóvão Tezza e Domenico Starnone. Para 2025, pretendo mais um de cada um deles. Do primeiro a escolha é a continuidade da leitura dos quatro livros que compõem a América de Philip Roth com as obras: “Pastoral Americana”, “Casei com um comunista”, “A Marca Humana” e “Complô Contra a América”. Roth escancara meandros da história dos EUA no século XX expondo suas contradições. Tezza e Starnone foram felizes surpresas em 2024 com a leitura de “O Fotógrafo” e “Línguas”. Do primeiro, está na lista “A Tirania do Amor”, a história de Otavio Espinhosa, um homem em crise na vida, no casamento, no emprego… E “Segredos”, de Starnone, ambientado na Itália de 1970 é sobre Pietro e um conturbado segredo revelado a uma namorada.

Estão nesta lista obras que já me espreitam na prateleira como “Desonra”, de J. M. Coetzee, sobre um homem e sua reputação. Um professor de literatura é obrigado a abandonar o emprego depois de um caso com uma aluna. O pano de fundo do romance é a África Sul no pós-apartheid. “Submissão”, de Michel Houellebecq tem como mote central os questionamentos de uma ideia de tradição da contemporaneidade. Ambientando na França de 2022. O polêmico escritor organiza a narrativa a partir da chamada islamização do seu país. E “Às Avessas”, de Joris-Karl Huysmans, escrito em 1884, narra a vida um único polêmico personagem (mais um). Um aristocrata doente que se refugia no campo e dá vazão aos seus excessos.

Por último, o livro de abertura das leituras de 2025: “Erec e Enide”, de Manuel Vázquez Montalbán. O autor faz uma interessante releitura da lenda medieval. Seu personagem principal é um professor de Literatura (mais um) que, prestes a se aposentar, reflete sobre os conflitos da vida.

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Carlos Augusto Silva

Crítico literário e professor de Literatura

O tempo parece fluir em círculos, a decisão sobre o que ler assemelha-se à tarefa de um anfitrião que dispõe os convivas à mesa com delicadeza: as grandes conversas literárias não surgem por acaso, são orquestradas com a sabedoria que o leitor-adulto aprende ao longo dos anos. Entre os volumes novos, reler “Em Busca do Tempo Perdido” é revisitar uma casa de infância — os móveis estão no mesmo lugar, mas as memórias adquirem uma luminosidade que apenas o passar dos anos pode dar. Não há humor mais elegante que encontrar na biblioteca imaginária — parafraseando o grande crítico João Alexandre Barbosa — os ecos de nossas escolhas passadas; um pequeno sorriso se insinua ao perceber que, ano após ano, a mesa está sempre posta, à espera. Vamos a eles:

1 — “Em Busca do Tempo Perdido”, de Marcel Proust. A cada ano, Proust surge como uma promessa e uma confirmação. Desta vez, a releitura contará com a companhia inspiradora de uma amiga, a professora Jacqueline Vigário, de História da Arte, cuja visão enriquecerá os caminhos percorridos por Proust.

2 — “Invenção e crítica”. Neste livro, o percurso intelectual do crítico e professor Davi Arrigucci Jr. é esmiuçado por Milton Hatoum, Samuel Titan Jr. e Marta Kawano, iluminando as veredas da crítica literária no Brasil.

3 — Reler “Os Anos de Aprendizado de Wilhelm Meister”, de Goethe (em nova tradução) – O clássico de Goethe, pela Editora 34, é uma oportunidade de revisitar o Bildungsroman em sua essência. A tradução nova alterará pela primeira vez o título em português.

4 — “História da Inteligência Brasileira”, de Wilson Martins. Uma reflexão sobre a trajetória do pensamento intelectual no Brasil.

5 — “Quem Matou Meu Pai”, de Édouard Louis. Parece ser uma leitura potente e urgente.

6 — “Diante da Imagem”, de Georges Didi-Huberman. Para compreender as imagens em sua profundidade filosófica e histórica.

7 — “O Que Vemos, o Que Nos Olha”, de Georges Didi-Huberman. Um complemento necessário à investigação sobre arte e percepção.

8 — “As Artes Plásticas na Semana de 22”, de Aracy A. Amaral. Um estudo crítico sobre o impacto da Semana de Arte Moderna no Brasil.

9 — “São Paulo nas Alturas”, de Raul Justes Lores. Uma crônica sobre os edifícios icônicos da cidade e sua relevância arquitetônica para o resto do Brasil.

10 — “História da Dança”, de Maribel Portinari. Um marco na bibliografia da dança no Brasil.

11 — “Da Voz à Letra”, organizado por Leonardo Davino de Oliveira. Fundamental para o estudo da leitura em voz alta, além de questionar noções superficiais como a confusão entre vocalização e dramatização.

12 — “Nocatâmbulos”, de Renan Alves Melo. Uma renovação criativa para a literatura goiana, assinada por um talento em ascensão.

13 — “Um Furacão Sutil”, de Renata Wirthmann. Uma obra da psicanalista e professora que alia profundidade à prática.

14 — A poesia de Carlos William Leite. Para encontrar as sutilezas que a contemporaneidade pode oferecer à poesia e conhecer o fazer poético por trás do homem de cultura.

15 — Para trabalhar em sala de aula, releituras importantes acontecerão:

“Orgulho e Preconceito”, de Jane Austen

“O Quinze”, de Rachel de Queiroz

“Os Miseráveis”, de Victor Hugo

“Rosa do Povo”, de Carlos Drummond de Andrade

“A Hora da Estrela”, de Clarice Lispector

“Venha Ver o Pôr-do-sol”, de Lygia Fagundes Telles

“Um Estudo em Vermelho”, de sir Arthur Conan Doyle

16 — Seguir lendo e relendo meus instrumentos de trabalho: Teoria da Literatura, Crítica Literária, Historiografia Literária, Linguística, História da Arte, Estética, Teorias da Arte.

Por fim, todas as demandas literárias extras — a vida é imprevisível, e as surpresas que ela trará serão bem-vindas, seja como professor, crítico literário ou leitor, transitando entre a sala de aula, a permanente leitura, e a escrita.

Este é o horizonte que imagino para 2025 — onde a curiosidade se mistura com os ramos da tradição e da descoberta.

9

Larissa Mundim

Editora, livreira e jornalista

Motivações: a busca pela leitura de obras questionadoras do sistema literário, com postura anti-patriarcal, anti-colonial e anti-capitalista.
“Menina de Fogo” (Jandaíra), de Taylane Cruz.

O acesso às memórias de uma garota negra, que revela uma infância que não é definida pela violência do racismo. Sem se desviar de frustrações, medos e traumas, sua escrita diarística revela um “tempo que é pra sempre”, marcado por descobertas do corpo, do desejo, da sexualidade, dos espaços de afeto. Literatura sergipana.

“Coro Imigrante — Arte na Pele” (Kapivara Kartonera), de Carlos Andrés Pérez Figueredo.

O autor venezuelano Jecke narra, por meio de crônicas e poemas, a sua saga pessoal e de muitos hermanos determinados a sair de seu país rumo ao Rio de Janeiro, atravessando a fronteira sem recursos financeiros. Relatos de um jovem cidadão “sub-americano” impactado pela xenofobia.

“A jabota poliglota” (Boitatá), de Denilson Baniwa, com ilustrações de Sophia Pinheiro.

A jabota poliglota fala jacarês e oncês para sobreviver na floresta, território de grande diversidade de idiomas — afinal, são mais de 116 mil espécies de bichos convivendo, sem falar nas plantas. Uma história que instiga crianças e adultos a perceberem a presença do vocabulário indígena no português falado no Brasil.

“Eu Nunca Leio, Só Vejo as Figuras” (Lote 42), de Amir Brito Candôr.

Um guia de leitura para saber mais sobre os livros de artista por meio de sua aproximação com as obras para crianças. Um percurso surpreendente por possibilidades criativas.

“Escrever É Muito Perigoso” (Todavia), de Olga Takarczuk.

Por meio de ensaios e conferências, a escritora polonesa ganhadora do Prêmio Nobel de Literatura em 2018 compartilha suas motivações para a construção de histórias ficcionais com instigantes personagens, em um tempo em que a realidade já se apresenta fantástica.
“Salvação — Pessoas Negras e o Amor” (Elefante), de bell hooks.

No segundo volume da trilogia de bell hooks sobre o amor, a autora evoca leitoras e leitores a amar a negritude, a honrar as mães solo, a acolher a diversidade sexual e a saudar a cultura do cuidado permanente que rejeite qualquer tipo de dominação. O livro dá continuidade a reflexões contidas em “Tudo sobre o amor”, um divisor de águas no pensamento sobre o amor, como ação e não como sentimento.

“Gênero Queer — Memórias” (Tinta da China Brasil), de Maia Kobabe.

História em quadrinhos premiada que narra de forma sensível o processo de transição de gênero de Maia Kobabe. Indicado para pessoas de todas as idades interessadas em compreender relevantes nuances do nosso tempo, atravessado pela transgeneridade. Uma motivação a mais para se ler “Gênero Queer”: título ameaçado de banimento das bibliotecas nos Estados Unidos por grupos conservadores.

“Tatu do Azul” (Edições Barbatana), de Elias Nasser, com ilustrações de Henrique Coser Moreira.

O tatuzinho Tuta tinha certeza de que era uma lagarta. Vencedor da Mostra de Ilustradores da Bologna Children’s Book Fair 2024.

“Instruções Para Morder a Palavra Pássaro” (Telaranha), de Assionara Souza.

Primeira obra póstuma da importante poeta potiguar, radicada em Curitiba. Um livro organizado por Benedito Costa Neto.

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