“O modelo precisa ser mais flexível”, diz Caiado sobre os vetos à reforma tributária

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), se pronunciou sobre a regulamentação da reforma tributária sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A reforma, que substituirá uma série de impostos, inclui a implementação do modelo de Imposto sobre Valor Agregado (IVA), que será introduzido de forma gradual. O novo sistema começará a ser testado em 2026, com a transição completa até 2033.

Caiado destacou que, embora o modelo de IVA traga uma simplificação ao sistema tributário, a adaptação ao novo sistema será um desafio considerável.

“Nós já fizemos todas as contas e sabemos que a transição será desafiadora. O IVA, por ser um modelo mais simples e eficiente, tem o potencial de melhorar o sistema tributário, mas a implementação demanda muita cautela”, afirmou o governador. Ele reconheceu que a transição exigirá tempo e cuidados para evitar impactos negativos.

A regulamentação da reforma prevê a substituição de impostos como ICMS, IPI, PIS, Cofins e ISS por três novos tributos: o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e o Imposto Seletivo (IS). Embora a simplificação tributária seja um dos objetivos principais, o processo de transição precisa ser bem estruturado para garantir que os estados não sejam prejudicados.

Presidente Lula assina a regulamentação da reforma tributária nesta quinta-feira, 16 | Foto: Reprodução

Em relação ao impacto da reforma para Goiás, Caiado se mostrou preocupado com as dificuldades fiscais que o estado já enfrenta. “Goiás está trabalhando para se ajustar ao novo modelo tributário. No entanto, estamos preocupados com o impacto nos estados que já enfrentam dificuldades fiscais, como Goiás. Precisamos que a transição seja justa e equilibrada”, explicou. O governador ressaltou que os estados precisam de garantias para não serem ainda mais prejudicados durante a transição.

Caiado também destacou que é essencial considerar as diferentes realidades econômicas entre os estados para evitar que a reforma acentue desigualdades regionais. “Precisamos de um modelo que leve em consideração as necessidades locais e que permita que os estados continuem tendo autonomia fiscal, sem que o governo federal centralize ainda mais o poder”, defendeu.

O governador também criticou alguns dos vetos feitos pelo governo federal à reforma tributária, apontando que essas mudanças poderiam dificultar a adaptação de Goiás ao novo sistema. “O governo federal deve olhar para os vetos com mais atenção, pois algumas das mudanças propostas poderiam prejudicar os estados na implementação do IVA. O modelo precisa ser mais flexível e permitir que os estados tenham condições adequadas para a transição”, disse Caiado.

Em relação à adesão de Goiás ao novo modelo, Caiado enfatizou a importância de uma decisão conjunta entre os governadores. “É fundamental que todos os governadores se unam para decidir a adesão ao novo modelo. Estamos tentando um alinhamento para garantir que Goiás, junto com outros estados, tenha condições de implementar a reforma de forma justa”, afirmou. Ele acredita que um consenso entre os governadores será essencial para garantir que a reforma seja benéfica para todos os estados.

Além disso, Caiado reforçou a necessidade de preservar a autonomia dos estados no processo. Para ele, a reforma tributária não pode ser uma forma de centralizar o poder nas mãos do governo federal, mas sim um meio de melhorar o sistema tributário respeitando as particularidades de cada unidade federativa. “A reforma tributária precisa respeitar a autonomia dos estados.

Precisamos de um modelo que leve em consideração as necessidades locais e que permita que os estados continuem tendo autonomia fiscal, sem que o governo federal centralize ainda mais o poder”, explicou.

Agora que a regulamentação da reforma tributária foi sancionada, os governadores aguardam os próximos passos do governo federal. O objetivo é que a transição para o novo sistema aconteça de maneira equilibrada, sem prejudicar ainda mais as finanças estaduais, e que as especificidades de cada região sejam consideradas para que o impacto da mudança seja o mais positivo possível para todos.

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