Mesmo com crise, maternidades de Goiânia realizaram mais de 134 mil atendimentos em 2024

Mesmo com a crise, que suspendeu o atendimento de unidades de saúde, as maternidades públicas de Goiânia realizaram 134 mil atendimentos no decorrer de 2024. O número representa consultas, exames, cirurgias eletivas e de emergência, inserção de DIU, testes neonatais e outros serviços no Hospital e Maternidade Dona Iris (HMDI), no Hospital da Mulher e Maternidade Célia Câmara (HMMCC) e na Maternidade Nascer Cidadão (MNC).

De acordo com o diretor-técnico do HMDI, Affonso Honorato, apenas a unidade dirigida por ele deixou de realizar mais de 200 atendimentos eletivos por dia durante a paralisação, que começou no fim do agosto e se estendeu até o fim do ano.

“A falta de repasses integrais causou um prejuízo muito grande nas três maternidades da capital, ainda assim, mantivemos os atendimentos de urgência e emergência e realizamos mais de 29 mil consultas, 13,3 mil exames e 1,5 mil cirurgias”, explicou.

Segundo o diretor, tanto a Maternidade Dona Iris quanto a Célia Câmara, mantiveram, juntas, 20 leitos de Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, 30 leitos de Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal (UCIN) (20 convencionais e 10 cangurus). “Esse é um serviço com uma alta taxa de ocupação, uma vez que atendemos tanto os bebês que nascem nas nossas unidades, como os que são transferidos via regulação”, explica.

No HMMCC, são ofertados ainda 20 leitos de UTI adulto, que recebem pacientes via Complexo Regulador Municipal.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, as maternidades municipais de Goiânia são responsáveis por 60% dos partos na capital. Combinadas, as três unidades realizam, em média, 880 dos 1400 partos mensais em Goiânia. As unidades são responsáveis pelos pré-natais de gestantes de alto risco, asseguram atendimento médico de urgência e emergência 24 horas por dia às gestantes, e oferta atendimento ambulatorial especializado.

“As maternidades são um espaço completo de cuidado às mães e seus bebês e para as mulheres que procuram atendimentos ginecológicos, obstétricos e de mama. Sem contar o apoio multiprofissional especializado disponível à população. É um serviço de ponta, público e gratuito de referência não só para Goiânia e Goiás, mas para o Brasil”, afirma Lucilene Maria de Sousa, diretora-executiva da Fundahc/UFG, entidade gestora das maternidades.

Segundo a diretora, é necessário manter uma equipe multidisciplinar nas três unidades para garantir o atendimento amplo. “São enfermeiros, técnicos de enfermagem, psicólogos, fisioterapeutas, biomédicos, odontólogos, nutricionistas, assistentes sociais, que atuam em diferentes frentes na unidade: banco de leite, agência transfusional, laboratório, UTI, enfermarias, refeitório, além das equipes administrativa, de limpeza, hotelaria e segurança, que compõem a estrutura das unidades e permitem atendimento integral para quem busca atendimento”.

Produção das maternidades 2024 (parcial até outubro)
Consultas 77.925
Exames 45.107
Partos 9.155
Cirurgias 2.376

Crise

Em outubro, as três maternidades públicas de Goiânia suspenderam os atendimentos por falta de repasse da prefeitura municipal. Apenas casos de urgência e emergência estão sendo recebidos no Hospital e Maternidade Dona Iris (HMDI), Hospital Municipal da Mulher e Maternidade Célia Câmara (HMMCC) e Maternidade Nascer Cidadã (MNC).

No dia 18 daquele mês, médicos pediatras do HMDI suspenderam todos os atendimentos noturnos. As gestantes que buscaram a unidade de saúde foram encaminhadas para o Hospital da Mulher (Hemu). Os serviços de urgência e emergência foram retomados no sábado, 19, de acordo com a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc) da Universidade Federal de Goiás (UFG).

“Hoje eu falo de desabastecimento de todo e qualquer tipo de medicamento, de serviços básicos como a alimentação, que não tem permitido a oferta de serviço assistencial. Com isso, alguns planos de contingenciamento já têm sido feitos, como a suspensão de cirurgias eletivas, atendimentos ambulatoriais”, explicou a diretora-executiva da Fundahc, Lucilene Sousa, à época.

Juntas, as maternidades deixaram de realizar 19 mil procedimentos desde o início da suspensão dos atendimentos, incluindo cirurgias, exames e consultas, segundo Lucilene. Em agosto, as unidades de saúde já haviam suspendido os atendimentos por falta de pagamento.

Na ocasião, pacientes não conseguiram novas internações, realizar consultas agendadas, exames de ultrassonografia e de mamografia. Lucilene afirmou que o cenário vivido pelos funcionários das maternidades se agravou desde a primeira suspensão.

“Isso não começou agora, já tem um histórico. A nossa grande preocupação é a questão do colapso da saúde materna e infantil no município de Goiânia. Essas três maternidades não prestam atendimento somente para Goiânia, mas também para municípios circunvizinhos e até outros estados”, disse.

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