Trump ameaça aumentar Sanções à Rússia em caso de falha nas negociações sobre a guerra

Em uma postura mais agressiva, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, emitiu sua primeira ameaça direta a Vladimir Putin, sinalizando que poderá impor novas sanções econômicas severas à Rússia e seus parceiros comerciais caso o Kremlin não aceite negociar o fim da Guerra da Ucrânia.

Em uma publicação no Truth Social, Trump fez questão de expressar seu descontentamento com o andamento do conflito e exortou Putin a agir rapidamente. “PARE essa guerra ridícula. SÓ VAI FICAR PIOR”, escreveu o presidente americano, deixando claro que a paciência de Washington com a Rússia está se esgotando.

Trump fez uma ameaça clara: se as negociações não forem iniciadas em breve, ele tomará medidas drásticas, incluindo a imposição de altas tarifas, taxas e sanções sobre qualquer mercadoria russa que seja comercializada com os Estados Unidos ou com outros países aliados. A mensagem foi endereçada diretamente a Putin, com Trump sugerindo que a guerra só traria mais danos caso não houvesse uma resolução rápida.

Além disso, o presidente americano aproveitou para fazer uma referência histórica ao papel da Rússia na Segunda Guerra Mundial, embora tenha exagerado os números de vítimas soviéticas, mencionando 60 milhões de mortos, quando a estimativa real é de cerca de 27 milhões. Apesar de elogiar a Rússia em alguns pontos, sua ameaça mostrou que, se necessário, ele adotaria uma postura mais rígida em relação a Moscou.

Do ponto de vista econômico, no entanto, a ameaça de Trump não tem um impacto imediato tão significativo. O comércio entre os EUA e a Rússia sempre foi modesto, e as sanções impostas após a invasão da Ucrânia em 2022 reduziram ainda mais as transações bilaterais.

Em 2021, o comércio entre os dois países foi de cerca de US$ 35 bilhões, mas esse valor caiu drasticamente para apenas US$ 3,2 bilhões em 2024. Grande parte desse comércio envolve produtos como combustível nuclear e fertilizantes, áreas em que a Rússia tem uma posição dominante.

No entanto, quando Trump menciona “vários outros países participantes”, a situação se complica. A China, que é uma das maiores parceiras comerciais tanto da Rússia quanto dos Estados Unidos, é um exemplo claro dessa interdependência.

Em 2023, o comércio entre a Rússia e a China atingiu recordes históricos, com a China comprando mais do que vendendo, especialmente no setor de petróleo e gás. A interdependência entre as economias dos EUA e da China torna incerta a eficácia de uma ação mais severa contra os russos, já que Pequim desempenha um papel crucial na manutenção da economia russa.

Porém, o cerne da estratégia de Trump parece ser uma pressão psicológica sobre Putin, mais do que uma tentativa de romper relações comerciais de forma abrupta. Desde sua eleição, Trump tem sugerido que um acordo de paz só será possível se ambas as partes fizerem concessões, especialmente em relação à Ucrânia, que, segundo Trump, poderia ser pressionada a aceitar perdas territoriais. No entanto, após sua posse, o tom de Trump em relação à Rússia se tornou mais firme, com ele tentando aumentar a pressão sobre o Kremlin.

Essa postura de “forçar um acordo” tem gerado desconfiança em Moscou, já que Trump mistura uma ameaça econômica com a possibilidade de uma negociação direta. Ele já afirmou publicamente que deseja se encontrar com Putin o mais rápido possível para discutir um possível acordo de paz, algo que o Kremlin indicou estar aberto a considerar.

O desfecho dessa abordagem de Trump, que mistura ameaças de sanções com a intenção de dialogar diretamente com o líder russo, ainda é incerto. O presidente dos Estados Unidos está, de fato, buscando uma maneira de forçar um entendimento rápido, mas a reação de Putin e a dinâmica internacional serão cruciais para o sucesso de qualquer tentativa de resolução do conflito.

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