Hospital Santa Rosa anuncia encerramento das atividades e atribui crise à débitos da Prefeitura de Goiânia

O Hospital Santa Rosa anunciou o encerramento das atividades após 70 anos de assistência à saúde em Goiânia. Fundado em 1955 pelo Said Rassi, o hospital enfrentava graves dificuldades financeiras, agravadas pelos constantes atrasos de repasses por parte da Prefeitura de Goiânia. Em comunicado á imprensa, a direção do hospital informou que apenas a clínica de diagnóstico será mantida. O fechamento do hospital representa a perda de 52 leitos hospitalares destinados ao Sistema Único de Saúde, além de 10 leitos de Unidades Terapia Intensiva (UTI).

“Trata-se do encerramento de um importante capítulo da história da capital, pois a unidade possui 70 anos de existência, tendo sido fundada em 1955, época em que existiam somente outros três hospitais em Goiânia e uma grande demanda por assistência médica especializada”, diz a nota à imprensa.

Said Rassi, fundador do Hospital Santa Rosa, formou-se em 1953 pela Faculdade Nacional de Medicina, da Universidade do Brasil (RJ). Estagiou em Cirurgia Geral na Santa Casa do Rio de Janeiro em 1954 e, em seguida, retornou para Goiânia. No bairro de Campinas, ao lado de seu pai, iniciou a primeira etapa de construção da unidade de saúde e, gradativamente, foi ampliando sua estrutura e atividades. A conduta do hospital sempre foi pautada por uma política de assistência de qualidade à população carente da região e pelo relacionamento humano e respeitoso com sua equipe.

Após o falecimento de Said Rassi, o Hospital Santa Rosa passou a ser gerido diretamente por seus filhos Elias Rassi, Roberto Helou Rassi, Cristiane Rassi da Cruz e Rosa Rassi. A família, assim como o fundador da unidade, lutou de todas as formas, nos últimos anos, para manter o hospital em funcionamento, pois traz em seu sangue a resiliência do povo árabe, que chegou ao Brasil totalmente desprovido de recursos, mas com a firme determinação de trabalhar arduamente e superar desafios.

O Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás (Sindhoesg) lamentou o fechamento do hospital e atribuiu a crise à defasagem dos valores e aos constantes atrasos nos pagamentos pelos serviços prestados ao Sistema Único de Saúde (SUS). “A insustentabilidade financeira, consequência direta do descaso por parte dos gestores públicos com os prestadores de serviços de saúde, levou à difícil decisão de encerramento das atividades dessa unidade hospitalar, conforme anunciado hoje por seus administradores”.

De acordo com o sindicato, o fechamento do hospital pode não ser um caso isolado. “Nos últimos anos, outras grandes instituições de saúde de Goiás, como o Hospital Santa Genoveva e o Hospital Lúcio Rebelo, também fecharam suas portas, sucumbindo à crise que afeta o setor e a precarização dos serviços de saúde no estado”, diz.

A reportagem entrou em contato coma Secretaria Municipal de Saúde e aguardamos retorno.

Confira o comunicado na íntegra:

É com grande pesar que informamos o encerramento das atividades do Hospital Santa Rosa. A despeito de todos os esforços empreendidos para resistir às dificuldades financeiras decorrentes da não quitação de débitos por parte da Prefeitura de Goiânia, as dívidas em aberto nos últimos anos inviabilizaram o funcionamento da unidade de saúde, obrigando sua direção a tomar a difícil decisão de manter somente a clínica de diagnósticos e fechar as portas daquele que é um dos hospitais mais antigos e tradicionais da capital.

Diante dos problemas operacionais gerados pela dívida da Prefeitura de Goiânia, optamos pelo encaminhamento mais responsável e realista, sendo também o mais doloroso. O fechamento do Hospital Santa Rosa não representa apenas 52 leitos a menos para os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) da cidade, sendo dez deles de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Trata-se do encerramento de um importante capítulo da história da capital, pois a unidade possui 70 anos de existência, tendo sido fundada em 1955, época em que existiam somente outros três hospitais em Goiânia e uma grande demanda por assistência médica especializada.

Said Rassi, fundador do Hospital Santa Rosa, formou-se em 1953 pela Faculdade Nacional de Medicina, da Universidade do Brasil (RJ). Estagiou em Cirurgia Geral na Santa Casa do Rio de Janeiro em 1954 e, em seguida, retornou para Goiânia. No bairro de Campinas, ao lado de seu pai, iniciou a primeira etapa de construção da unidade de saúde e, gradativamente, foi ampliando sua estrutura e atividades. A conduta do hospital sempre foi pautada por uma política de assistência de qualidade à população carente da região e pelo relacionamento humano e respeitoso com sua equipe.

Após o falecimento de Said Rassi, o Hospital Santa Rosa passou a ser gerido diretamente por seus filhos Elias Rassi, Roberto Helou Rassi, Cristiane Rassi da Cruz e Rosa Rassi. A família, assim como o fundador da unidade, lutou de todas as formas, nos últimos anos, para manter o hospital em funcionamento, pois traz em seu sangue a resiliência do povo árabe, que chegou ao Brasil totalmente desprovido de recursos, mas com a firme determinação de trabalhar arduamente e superar desafios.

Infelizmente, os diversos esforços empregados não foram suficientes para suplantar os transtornos decorrentes dos débitos da administração municipal. A decisão agora anunciada foi adiada ao máximo, não somente pelo impacto à saúde pública de Goiânia, mas também pelo impacto social, pois geramos dezenas de postos de trabalho, que provêm a renda das famílias envolvidas. Para se ter uma ideia, há colaboradores que atuam na unidade há décadas e esperavam aposentar-se no hospital.

Aproveitamos a oportunidade para agradecer a confiança de todos os pacientes e familiares que contaram com nossos cuidados e a parceria de fornecedores e prestadores de serviços. Expressamos, principalmente, nossa profunda mais gratidão aos funcionários e ao corpo clínico, que se dedicaram inteiramente à tarefa atender a população com humanidade e excelência. Nosso sonho durou sete décadas, mas a certeza de haver prestado a melhor assistência médica possível aos pacientes de Goiânia permanece, bem como a segurança do dever cumprido com dignidade e honradez.

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