Michelle e Eduardo Bolsonaro provam que sanha golpista está mesmo no sangue

Ainda sob sigilo por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF, os depoimentos do tenente-coronel Mauro Cid em sua colaboração premiada no âmbito da investigação dos planos golpistas de 2022 e 2023 são tidos pelos bolsonaristas como uma bomba-relógio. Afinal, Cid, um ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, conviveu no centro do ninho golpista e sabe demais. No último sábado, 25, veio à tona o primeiro dos depoimentos, datado de 28 de agosto de 2023, divulgado pelo jornalista e colunista de O Globo, Elio Gaspari.

Nele, Mauro Cid arrasta para o olho do furacão dois nomes da família Bolsonaro que, até então, sequer eram mencionados quando o assunto era “trama golpista”. Michelle e e Eduardo Bolsonaro, respectivamente esposa e filho do ex-presidente, são citados pelo ex-ajudante de ordens como membros de uma ala radical intimamente próxima de Bolsonaro que o incentivava a aderir a uma ruptura democrática.

Conforme o depoimento, de agosto de 2023, os dois conversavam “constantemente” com Bolsonaro “instigando-o para dar um golpe de Estado” em razão de sua derrota eleitoral para Lula da Silva.

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E, aqui, é válido destacar: Michelle e Eduardo Bolsonaro nunca foram indiciados. Conforme apurado pela imprensa nacional, a Polícia Federal teria decidido não indiciar os dois justamente pela ausência de provas de que eles agiram politicamente. Investigadores alegam que a PF só incluiu na lista de indiciamento pela trama golpista (que incluía até o plano de assassinar Lula e Moraes) as pessoas contra as quais foram encontradas provas de prática de crime.

Contudo, chama a atenção como a revelada sanha de derrubar um governo democraticamente eleito, não aceitando o resultado das urnas e incitando a população a se insurgir contra as autoridades e instituições, parece ser realmente um negócio de família. Marido, esposa, filhos, amigos e colegas de trabalho. Todos supostamente unidos em torno de um objetivo tenebroso.

Como dito, o que foi revelado neste fim de semana foi apenas um dos vários depoimentos de Cid que devem vir à tona. Segurem-se em suas poltronas, porque a viagem ao centro do golpismo só está começando.

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