NO FUNDO DO POÇO

Como brasileiro, patriota e nacionalista, ando acabrunhado com o que acontece no Brasil e em Santa Catarina. Semeou-se um sentimento de ódio que não condiz com o temperamento do nosso povo e contrasta com a nossa natural cordialidade. E isso vem sendo estimulado por todas as formas. Todos os dias a pregação é constante e a cada fala adicionado um comentário maldoso como numa pregação contra o próprio país e suas instituições. Pretendem eles provocar uma guerra civil, uma revolução sem precedentes? Nunca leram o que aconteceu na Espanha, na Rússia e em outros países com os banhos de sangue que aconteceram? Já esqueceram as barbaridades cometidas após o golpe de 1964? Para eles vale o quanto pior melhor, ou são ingênuos e inocentes úteis?

Quando se imaginava que a democracia estava instituída para todo o sempre, depois de tanto sofrimento, brotam ameaças de golpe de estado como outras ocorridas no passado. Enquanto povos inteiros lutam e morrem pela liberdade, os incautos daqui pedem ditadura e violência. É inacreditável que pessoas livres lutem para ser escravas. Fico abismado ao ver idosos e experientes da vida bradarem por intervenção militar e regimes autoritários. A história mostra como começam as ditaduras, mas ninguém sabe que destino tomarão. Basta olhar o panorama mundial para ver o sofrimento dos que vivem sob o tacão de ditadores. E os comentaristas que semeiam todos os dias pílulas de ódio e rancor não percebem que a liberdade de imprensa é sempre a primeira vítima dos governos de força? Não é possível que não saibam disso, o que leva a indagar: estão a serviço de quem?

Rebaixar as autoridades é outro meio sutil que usam para desmoralizar as instituições. O ministro passa a ser o Xandão, o presidente vira o Lula da Silva, porque Silva é nome popular e comum no país. Assim disseminam o preconceito que lhe corrói a alma doentia e de forma subliminar. Porque eles se julgam os nobres e privilegiados.

Em nosso Estado o panorama é assustador. O nazi-fascismo enrustido toma conta de tudo e os incautos não percebem para onde estamos indo. Elegem figuras inexpressivas e despreparadas como o tal senador que apoiou o lançamento do rapaz da ponte por um policial. Aqui em nossa cidade o paraquedista foi eleito vereador e comenta-se que será secretário de Estado. Morador de Rio do Sul vai a Brasília com o intuito de explodir o Alvorada e morre do próprio veneno. Enquanto isso, a esposa se imola na própria casa. Outros catarinenses se vangloriam de ter participado do quebra-quebra em Brasília. Para completar, o nosso foi o único Estado a manter as tais escolas cívico-militares. Por quê, para quê, qual a necessidade delas? Aqui em BC o Papai Noel apareceu vestido de verde e amarelo. É o extremo do ridículo.

Enquanto isso, a corrupção avança sob todas as formas. São golpes os mais engenhosos que assombram as pessoas de bem que ganham a vida com o próprio suor. E assim iremos marchando para uma incógnita: seremos em breve um Afeganistão, um Irã, um estado totalitário nos moldes de Pinochet, Papa Doc, Trujillo, Franco, Salazar, Batista, Hitler e outros bárbaros que escravizaram seus povos a exemplo dos Al-Assad e suas prisões secretas?

Encerro lembrando um velho conhecido que foi apoiador declarado da ditadura.  Até que um dia seu filho, rapazote ainda, falou em um bar coisas que eram tabus na época da ditadura. Foi preso e desapareceu sem nunca retornar, por mais que o procurássemos por todas as formas possíveis. E o velho pai padeceu as angústias por todos os dias restantes de sua vida.

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