Goiás pode ser prejudicado com políticas comerciais dos EUA e sanções de Trump

Após a posse de Donald Trump para seu segundo mandato em 20 de janeiro, algumas declarações e ações do presidente dos Estados Unidos têm gerado repercussão no cenário internacional. Entre as falas mais destacadas, uma em particular chamou a atenção, na qual Trump afirmou que os Estados Unidos não necessitam de parcerias com o Brasil e outros países da América Latina.

Caso o presidente norte-americano decida aplicar sanções econômicas ou aumentar a taxação sobre os produtos brasileiros, Goiás pode ser um dos estados mais afetados.

De acordo com a Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Serviços (SIC), as exportações goianas somaram US$ 12,2 bilhões em 2024, enquanto as importações foram de US$ 5,6 bilhões, resultando em um superávit de US$ 6,6 bilhões. Produtos como soja, milho, carnes e minérios, que têm grande participação nas exportações do estado, estariam entre os mais impactados.

O especialista Kaumer Nascimento, sócio-diretor da Santa Dica, uma empresa de consultoria em Goiânia, aponta que os municípios goianos ligados ao agronegócio enfrentariam impactos diretos. A possível redução nas exportações desses produtos pode afetar o consumo, os investimentos, o comércio e os serviços no estado, atingindo também a população local.

Além disso, uma possível mudança na política comercial dos Estados Unidos com relação à China pode também ter consequências para as exportações de Goiás. Caso os EUA aumentem a taxação sobre produtos chineses, a demanda por commodities brasileiras pode ser afetada, já que a China é um importante mercado para itens agrícolas.

Atualmente, não há estratégias claras do governo ou do setor privado goiano para lidar com essa situação. No entanto, Nascimento sugere que uma alternativa seria redirecionar as exportações para outros países que compram as mesmas commodities que os Estados Unidos.

A China, por exemplo, poderia aumentar suas compras do Brasil caso as tarifas norte-americanas subam. Embora os Estados Unidos sejam um dos dez principais destinos das exportações goianas, países como a China, o Reino Unido e a Alemanha já desempenham um papel relevante nas transações comerciais do estado.

De acordo com o especialista, caso as tarifas dos EUA aumentem, é possível que países membros do BRICS, que hoje importam produtos dos Estados Unidos, passem a adquirir mais produtos brasileiros, como soja e outras commodities. Goiás, com sua forte presença no agronegócio, pode se beneficiar de uma mudança nas dinâmicas do comércio global, ampliando suas exportações para esses países.

A Santa Dica, especializada em consultoria e pesquisa, oferece suporte a empresas e organizações na análise de dados e na formulação de estratégias para enfrentar desafios econômicos como as mudanças no comércio internacional e as sanções comerciais.

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