Comurg afasta 33 funcionários e investiga desvio de conduta e relação com acordos extrajudiciais milionários

Errata: A reportagem havia informado que haviam sido afastados 31 funcionários, mas de acordo com a Companhia foram 33

O prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), disse, na tarde desta quarta-feira, 5, que a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) afastou temporariamente 33 funcionários e investiga suposto desvio de conduta e relação com acordos extrajudiciais que renderam pagamentos milionários. Em vídeo publicado nas redes sociais, Mabel disse que autorizou o pedido da companhia. “Venho comunicara que estamos colocando uma disciplina forte na Comurg e acabamos de autorizar o afastamento de 31 funcionários, além de uma investigação sobre desvio de conduta.

Segundo nota da Prefeitura, análise preliminar da assessoria jurídica da Comurg apontou que diversos acordos foram celebrados e pagos “em prazos exíguos e valores apartados da realidade” e que tais processos administrativos e de pagamentos precisam ser reanalisados para verificar, entre outras possíveis irregularidades, se houve desrespeito à ordem cronológica de pagamento dos precatórios, estabelecida pela Constituição Federal.

A Companhia informou que entre os afastados está uma empregada lotada na assessoria jurídica, apontada por denúncias em situação sob investigação. Além dela, foram afastadas outras 31 pessoas que “comprovadamente receberam diferenças salariais provenientes de acordos extrajudiciais em apuração”. “Esses acordos são alvo de averiguação também pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), que determinou o recálculo dos quinquênios (um tipo de adicional por tempo de serviço) concedidos aos empregados, e também pelo Ministério Público (MP) estadual, que recomendou a anulação de cláusulas do acordo”, diz a nota.

O anúncio foi feito em meio a investigação de acordos extrajudiciais firmados com antigas gestões da companhia e que permitiram que ex-funcionários recebessem pagamentos de forma supostamente irregular. De acordo com informações apuradas pela reportagem, algumas desses acordos renderam mais pagamentos de R$ 100, R$ 300, R$ 800 e até R$ 2 milhões.

Vale lembrar que o advogado chefe da assessoria jurídica da companhia foi afastado pela nova gestão na semana passada, de forma preventiva, por respaldar juridicamente os acordos feitos.

A Companhia também realiza um pente fino para identificar pagamento de supersalários para gerentes e ex-gerentes da empresa. Além disso, o prefeito disse, durante coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira, 5, que pretende fazer um aporte de R$ 100 milhões para pagamentos considerados emergenciais, como rescisões trabalhistas de demissões, dívidas de precatórios e requisições de pequenos valores.

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