Servidores manifestam contra corte de quinquênios na Comurg; prefeito pretende manter a medida

Os servidores efetivos da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) estão insatisfeitos com as recentes medidas adotadas pela empresa pública. Ao longo da semana, um vídeo mostrando trabalhadores alocados na Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra) protestando ganhou repercussão nas redes sociais.

Além da suspensão do pagamento dos quinquênios, após decisão judicial do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), os servidores também reclamam das alocações e mudanças de função, especialmente em relação às nomeações de servidores comissionados.

Inconformado com a situação, o servidor Silvano Duarte, que trabalha na Comurg há 18 anos, contou ao Jornal Opção que era Coletor Nível 10 e foi transferido para outras áreas. “Isso é desvio de função, eu prestei concurso para Coletor 10”, afirmou Duarte. “Me jogaram para trabalhar em obras, capinando praças e cemitérios”, completou. Com a mudança, o servidor também relatou que houve redução nos valores de pagamento, além da retirada do quinquênio.

“Essa situação está muito difícil, como vou cuidar da minha família? Eu preciso pagar o aluguel, a água, a energia e colocar comida na mesa dos meus filhos. Eu trabalho das sete da manhã até as quatro da tarde”, contou o servidor.

O funcionário público espera que a próxima gestão da Comurg faça cortes no alto escalão da empresa pública. “Tem muito pai de família passando fome e sendo prejudicado, eu mesmo sou um deles. Você puxa a folha de pagamento e está no seu contracheque que, no dia 20, vai receber R$ 3,6 mil, mas o pagamento vem de R$ 900 a R$ 700”, alertou.

Por fim, ele também afirmou que perdeu a possibilidade de receber o quinquênio quando foi desviado de função. “Automaticamente, se eu saio de uma área e sou desviado para outra, perco o meu quinquênio. Não sobrou nada. Acho que o Poder Judiciário deveria olhar para o trabalhador e parar de mexer com isso”, disse.

Decisão será mantida

Após a assembleia geral desta sexta-feira, 7, o prefeito Sandro Mabel (UB) comentou sobre a situação dos quinquênios. Ele afirmou que pretende seguir o que for determinado pela Justiça e não deseja reinstituir o adicional. O prefeito também acredita que a questão deverá ser julgada nos próximos três meses de suspensão.

“Vamos manter o corte até onde a lei determinar. Se a Justiça modificar, isso terá recurso e então a Justiça mudará o entendimento, mas vamos seguir”, afirmou o prefeito.

Mabel também admitiu que a questão pode prejudicar os servidores da empresa pública. “Às vezes, é até injusta porque tem os ‘funcionários pequenininhos’, que talvez fossem viáveis, mas a Justiça decidiu isso e nós vamos aplicar”, disse.

Na Comurg, o quinquênio é um adicional concedido a cada cinco anos de serviço. Antes de 2015, esse acréscimo era de 12% sobre a remuneração; após 2015, a porcentagem foi reduzida para 10%. Assim, um empregado com três quinquênios pode ter até 32% de aumento em seu salário.

Sindicato

Em entrevista na última semana ao Jornal Opção, o presidente do Sindicato dos Empregados nas Empresas de Asseio, Conservação, Limpeza Pública e Ambiental, Coleta de Lixo e Similares do Estado de Goiás (Seacons-GO), Melquesedeque Souza, criticou a medida.

“Se essa decisão for mantida, todos os empregados serão afetados. A perda mínima será de 20% da remuneração”, disse Souza. “Muitos têm famílias para sustentar, cuidam de parentes doentes ou dependem de medicamentos. Essa perda salarial pode comprometer a sobrevivência de muitos empregados”, alertou.

No momento, ele indicou que pretende recorrer judicialmente do processo. “Vamos agir judicialmente. A juíza estabeleceu que a Comurg converse com o sindicato, e vamos estabelecer o diálogo e ver como será durante os 90 dias”, disse o sindicalista.

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