Protecionismo de Trump avança e põe Brasil na corda bamba

Donald Trump é um presidente que sobrevive de bravatas, isso é claro e notório. O problema é quando as ameaças e chantagens passam a sair da boca do norte-americano e ir para o papel, surtindo efeitos catastróficos. Uma das bravatas em maior destaque, desde que foi eleito, é o tarifaço que Trump se propôs a fazer.

Há tempos o republicano fala em taxar bens e produtos importados pelos Estados Unidos, não somente pelo protecionismo econômico ao qual já sinalizou que vai adotar durante esses quatro longos anos à frente da Casa Branca, mas como uma forma de retaliação a toda e qualquer nação que ousar não dobrar os joelhos diante do “laranjão”.

Neste domingo, 9, Trump anunciou que vai formalizar, nesta segunda-feira, 10, a aplicação de tarifas de 25% sobre todo o aço e alumínio importado pela terra do Tio Sam. Leia-se: entre os maiores fornecedores dessa matéria-prima e, consequentemente, aqueles que mais serão afetados pelas tarifas estão Canadá, México e Brasil, curiosamente três dos (vários) países com os quais Trump tem se indisposto e tentado subjugar nos últimos meses.

Para se ter uma ideia, somente no ano passado o Brasil exportou um total de 4 milhões de toneladas de ação para os Estados Unidos, ficando atrás apenas do Canadá, que exportou 5,9 milhões. Os produtos semiacabados de aço, inclusive, foram o segundo item mais importante na pauta de exportações aos Estados Unidos em 2024. Em primeiro lugar, o petróleo.

Não é preciso dizer, claro, que a tarifa terá um efeito desastroso para a indústria siderúrgica brasileira. Auxiliares do presidente Luiz da Silva (PT) na área econômica pregam que a medida seja avaliada com cuidado. No entanto, não é insensato esperar que o governo responda na mesma moeda, taxando produtos importados.

A tarifa anunciada por Trump não foi surpresa. O protecionismo que o presidente norte-americano brande no ar como uma ar, também não. O que causa choque mesmo é que, enquanto isso, assistimos, atônitos, políticos brasileiros com bonés e camisetas em apoio a ele.

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