Trump anuncia tarifas de 25% sobre importação de aço e alumínio; Brasil está entre os mais afetados

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou neste domingo, 9, que implementará tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio para o país. A medida deve ser oficializada nesta segunda-feira, 10, e poderá impactar diretamente o Brasil, além de Coreia do Sul, México e Canadá, afetando cerca de US$ 6 bilhões em vendas brasileiras.

Atualmente, ferro e aço estão entre os principais produtos exportados pelo Brasil para os Estados Unidos, representando 14% das exportações totais do país para o mercado americano em 2024. Atrás apenas da China, os EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil. O setor aeronáutico também poderá ser impactado, pois aeronaves representaram 6,7% das exportações brasileiras para os EUA, com destaque para a Embraer.

O governo brasileiro ainda não se manifestou oficialmente, mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou anteriormente que responderá com medidas de reciprocidade caso os produtos brasileiros sejam taxados.

Histórico e justificativa de Trump

Trump já havia imposto tarifas semelhantes em seu primeiro mandato, em 2018, com taxas de 25% para o aço e 10% para o alumínio, mas concedeu isenções a alguns parceiros, incluindo Brasil, Canadá e México. Agora, seu governo adota uma abordagem mais agressiva, buscando equilibrar as tarifas aplicadas pelos EUA com as impostas por outros países.

“Qualquer aço que entrar nos Estados Unidos terá uma tarifa de 25%”, afirmou Trump a repórteres a bordo do avião presidencial Air Force One. Ele reforçou que pretende igualar as tarifas americanas às cobradas por outros países, sem especificar quais.

Negociações com Canadá e México

Apesar do endurecimento, Trump fechou acordos com o Canadá e o México para evitar a aplicação imediata da tarifa de 25% a esses países. Como contrapartida, o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, comprometeu-se a investir 1,3 bilhão de dólares canadenses (aproximadamente R$ 5,2 bilhões) em segurança de fronteira e classificar cartéis como grupos terroristas. Já o México, sob a liderança da presidente Claudia Sheinbaum, prometeu enviar 10 mil soldados da Guarda Nacional para reforçar o combate ao tráfico de drogas.

Escalada na Guerra Comercial com a China

Diferente da negociação com seus parceiros da América do Norte, Trump adotou uma postura mais dura em relação à China. O governo chinês retaliou, anunciando tarifas sobre produtos americanos, incluindo um imposto de 15% sobre carvão e gás natural liquefeito, além de 10% sobre petróleo bruto, máquinas agrícolas e carros de motor grande. Pequim também lançou uma investigação antitruste contra o Google e adicionou a PVH (proprietária das marcas Calvin Klein e Tommy Hilfiger) à lista de “entidades não confiáveis”.

Além disso, a China anunciou restrições à exportação de 25 metais raros, essenciais para a produção de componentes eletrônicos e equipamentos militares. O governo chinês também entrou com uma queixa na Organização Mundial do Comércio (OMC), argumentando que as tarifas impostas pelos EUA são “discriminatórias e protecionistas”.

Próximos Passos

O impacto total dessas novas tarifas dependerá de eventuais exceções que Trump possa conceder nos próximos dias e da resposta do Brasil e de outros países afetados. Especialistas alertam que uma guerra comercial prolongada pode prejudicar setores industriais em todo o mundo, aumentando custos de produção e reduzindo a competitividade internacional.

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