Descoberta de nova espécie de hominídeo é feita a partir de mandíbula de 1,4 milhão de anos

Uma mandíbula fossilizada descoberta em 1949 na caverna de Swartkrans, na África do Sul, acaba de ser identificada como pertencente a uma espécie inédita de hominídeo: o Paranthropus capensis. O achado, publicado no Journal of Human Evolution, foi liderado pelo paleoantropólogo Clément Zanolli, da Universidade de Bordeaux, na França, e traz novas perspectivas sobre a evolução dos ancestrais humanos.

O fóssil, catalogado como SK 15, intrigava cientistas há décadas. Inicialmente, em 1950, ele foi classificado como pertencente ao Telanthropus capensis, um gênero posteriormente descartado.

Na década de 1960, estudiosos sugeriram que poderia ser um Homo ergaster, um dos primeiros membros do gênero Homo. No entanto, novas análises por meio de tecnologia 3D e exames de raio-X revelaram que o fóssil pertence a um Paranthropus nunca antes descrito.

Os Paranthropus são conhecidos pelo apelido de “quebra-nozes” devido a seus maxilares e molares avantajados. O P. capensis, no entanto, se diferencia por ter mandíbula e dentes proporcionalmente menores, sugerindo uma dieta mais variada e menos dependente de alimentos duros.

Até então, apenas três espécies do gênero eram conhecidas: P. aethiopicus, P. boisei e P. robustus. A descoberta do P. capensis mostra que, há 1,4 milhão de anos, pelo menos duas dessas espécies coexistiram na África do Sul.

Essa revelação reforça a complexidade da evolução dos hominídeos e sugere que diferentes linhagens ocuparam nichos ecológicos variados. A análise dos molares também ajudou a diferenciar o P. capensis do Homo ergaster.

Enquanto os primeiros apresentam dentes longos e retangulares, os segundos possuem molares mais arredondados. Essa característica anatômica reforça a identidade única da nova espécie dentro da linhagem Paranthropus. Essa é a primeira identificação de uma nova espécie do gênero Paranthropus desde a década de 1970.

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