Caso envolvendo Rafa Vitti resulta em novas denúncias contra a Globo; entenda

A contratação de atores sem registro profissional voltou a gerar debate na indústria audiovisual brasileira após a revelação de que Rafael Vitti não possuía o DRT, documento essencial para atuar em produções como novelas, séries e filmes. O caso veio à tona quando o Sindicato dos Artistas do Rio de Janeiro (Sated-RJ) identificou a irregularidade e notificou o ator, que rapidamente buscou sua regularização. Apesar da resolução do problema, a questão levanta discussões mais amplas sobre a presença de influenciadores digitais no mercado artístico, muitas vezes sem a formação exigida.

Segundo Hugo Gross, presidente do Sated-RJ, o caso de Vitti poderia ter sido barrado, mas o sindicato decidiu levar em conta sua trajetória na TV. “Ele já tinha feito outros trabalhos. A gente poderia até ter negado. Os cisneiros, a diretoria e o sindicato podiam ter negado, mas a gente tem também um bom senso. A gente mais uma vez… O sindicato não está aqui para proibir ninguém de trabalhar. Nós estamos aqui fazendo as coisas para cumprir a lei e proteger o trabalhador da arte”, explicou Gross.

A polêmica, no entanto, não se restringe a Rafael Vitti. O Sated-RJ também tem identificado um número crescente de influenciadores digitais que ingressam em produções audiovisuais sem o preparo adequado. Hugo Gross cita nomes como Rafa Kalimann e Patrícia Ramos como exemplos de personalidades que entraram na TV impulsionadas pelo número de seguidores, sem experiência na atuação. “’Nossa, olha só, fulana tem… Rafa Kaliman tem milhões de seguidores’. Olha que bicho deu. Notório ver o fracasso disso sem estudo. Então, a pessoa pode ser muito gente boa, muito bacana, mas não entende da interpretação, não entende da tônica de um texto, não sabe se posicionar perante a uma câmera ou perante a um palco. Então, hoje em dia, é só ter seguidores que vai virar Fernanda Montenegro, vai virar Carlos Vereza? Não, né?”, criticou Gross. 

A crítica do Sated-RJ se estende às grandes emissoras, especialmente à TV Globo, que, segundo Hugo Gross, muitas vezes contrata talentos sem exigir o registro profissional. Eu entendo que as emissoras colocam ele no largo dos leões e não está nem aí porque ela está preocupada com o número, com ibope, com dinheiro, com salário. Então, ela pega as pessoas que têm seguidores e coloca ali, sem eira nem beira”, apontou. Apesar disso, Gross ressalta que Rafael Vitti demonstrou humildade ao buscar sua regularização junto ao sindicato. “Rafael Vitti é um bom menino. Esteve no sindicato, humildemente, conversou… Eu fiz uma novela com o pai dele e ele chegou de boa lá, mostrando que ele fazia o trabalho e que foi a própria TV Globo que chamou ele para fazer e não sabia como é que era. Então dei uma oportunidade”, disse.

O presidente do Sated-RJ também destacou um caso envolvendo a influenciadora Patrícia Ramos, que tentou obter o DRT de forma irregular. Segundo ele, a influenciadora chegou ao sindicato alegando ser atriz e possuir o registro, mas apresentou um documento de figurante. “Ela não sabia nem qual era a diferença entre figurante e ator e falou que tinha um registro. Quando nós fomos ver… Eu vi, eu peguei na minha mão, eu tenho um número lá: figurante. Eu até disse para ela: Não mostra isso para ninguém não. Mas ela é artista. Por quê? Porque ela tem muitos seguidores, então dá o direito dela ser atriz sem nenhum preparo? Porque a pessoa chega para você e te dar conselho de vida espiritual. Então, assim, eu dou conselho de espiritualidade, de casamento, de investimento, então me dá o direito de ser atriz. Então sou praticamente uma Fernanda Montenegro, uma Glória Pires, não é assim?”, relatou Gross. 

O Sated-RJ promete intensificar a fiscalização sobre a atuação de influenciadores digitais no mercado audiovisual. Hugo Gross reforçou que o sindicato trabalha para proteger a classe artística e garantir que as regras sejam cumpridas. “Se tiver que entrar com ação, assim faremos, porque a gente está aqui para proteger o ator, o artista (…) Quantas pessoas saíram da faculdade, são sindicalizadas, têm o registro e estão sem trabalhar? É muito triste isso. A regulamentação faz com que você pegue pessoas qualificadas. Isso é uma grande diferença”, finaliza.

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