Saiba quem é Friedrich Merz, conservador que venceu eleição na Alemanha

Com o resultado das eleições, Friedrich Merz — líder da União Democrata Cristã (CDU) — se tornará o próximo chanceler da Alemanha. O resultado oficial confirmou as pesquisa de boca de urna e de intenção de voto. Friedrich Merz, de oposição ao atual governo, teve 28,5% dos votos, e agora deve decidir com quem formará uma coalizão para governar o país.

Em segundo lugar, o Alternativa para a Alemanha (AfD) levou cerca de 20,5% dos votos, percentual previsto anteriormente. Já o Partido Social-Democrata, do atual governo de Olaf Scholz, apareceu na terceira posição, com 16,5%. O Partido Verde teve 11,8% dos votos e ficou em quarto lugar, também conforme previsto. Em quinto lugar, o bloco de siglas da esquerda obteve 8,7% dos votos.

Embora nunca tenha sido uma figura política amplamente popular, Friedrich Merz promete dar à Alemanha uma liderança mais forte e enfrentar desafios estruturais do país nos próximos quatro anos. Sua tentativa de endurecer as regras de migração com o apoio da extrema direita no Parlamento revelou um político disposto a arriscar, rompendo com tabus estabelecidos na CDU desde os tempos de Angela Merkel.

Merz foi marginalizado politicamente por Merkel antes de sua ascensão ao poder e chegou a deixar o Parlamento por alguns anos para atuar no setor privado. No entanto, agora ele está pronto para assumir o cargo que almeja há décadas.

Uma carreira de altos e baixos

Merz nasceu em 1955 na cidade de Brilon, no oeste da Alemanha, em uma influente família católica conservadora. Desde cedo, ingressou na CDU e construiu uma carreira política marcada por posicionamentos firmes e polêmicos. Em sua juventude, relatou em entrevistas uma fase rebelde, embora antigos colegas de classe sugiram que seu comportamento mais característico era a insistência em sempre ter a última palavra.

Ao longo dos anos, Merz se destacou por sua postura econômica liberal e sua rigidez em questões sociais. Em 1990, votou contra um projeto de lei que criminalizava o estupro conjugal, justificando que sua oposição estava relacionada a outros pontos do texto. Essa posição gerou críticas e ajudou a moldar sua imagem entre os eleitores.

Polêmicas e repercussão internacional

Em janeiro, Friedrich Merz aprovou uma moção não vinculativa para endurecer as regras de imigração, contando com votos do partido de extrema direita AfD. Apesar de negar colaboração direta com a AfD, sua atitude provocou protestos em massa e foi condenada publicamente por Angela Merkel, que raramente faz intervenções desde que deixou o cargo.

Seu estilo político divide opiniões. Para alguns, ele representa uma liderança firme e pragmática; para outros, seu posicionamento representa um risco para a coesão social da Alemanha. Pesquisas indicam que ele não é especialmente popular entre jovens e mulheres, o que pode afetar sua capacidade de unificar o eleitorado.

Apesar das controvérsias, Merz conta com apoio entre setores empresariais e conservadores, e Bruxelas já observa com atenção a nova fase política que se desenha para a Alemanha sob sua possível liderança.

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