Cid afirma que carta de militares deu respaldo para ação na Praça dos Três Poderes

O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid, afirmou que uma carta elaborada pelos então comandantes das Forças Armadas deu respaldo para que manifestantes intensificassem os atos golpistas. Isso teria feito com que ocorresse os atos antidemocráticos de 8 de janeiro.

Em áudio obtido pela Polícia Federal, Cid diz que a carta foi importante para os manifestantes que, à época, acampavam em frente a Quartéis-generais do Exército pedindo intervenção militar após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições. A informação foi apurada pelo portal Metrópoles.

O áudio foi enviado ao comandante do Exército, general Freire Gomes, em 11 de novembro de 2022. Na mensagem, Cid afirma que a carta fez com que os manifestantes se sentissem seguros em relação a uma possível retaliação, vinda inclusive do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.

“E aí o medo deles é retaliação por parte do Alexandre Moraes. Então, no entendimento deles, essa carta significa que as Forças Armadas vão garantir a segurança deles. Manifestação pacífica é livre. Então, se eles forem lá e forem presos, as Forças Armadas vão garantir a segurança deles”, disse.

A carta foi um comunicado assinado pelos comandantes do Exército, Aeronáutica e Marinha, em 11 de novembro de 2022. Intitulada de “Às instituições e ao Povo Brasileiro”, o texto destaca o direito dos brasileiros à livre manifestação.

“A Constituição Federal estabelece os deveres e os direitos a serem observados por todos os brasileiros e que devem ser assegurados pelas instituições, especialmente no que tange à livre manifestação do pensamento; à liberdade de reunião, pacificamente; e à liberdade de locomoção no território nacional”, diz a carta.

De acordo com Mauro Cid, o conteúdo do comunicado foi “elogiado” e deu segurança para que manifestantes dessem “um passo a frente”. “Então, os organizadores dos movimentos vão canalizar todos os movimentos previstos (inaudível) o dia 15 como ápice, a partir de agora, lá para o Congresso, o STF, a Praça dos Três Poderes, basicamente”.

“Percebe-se que, no dia 11 de novembro de 2022, já havia a intenção de que as manifestações fossem direcionadas fisicamente contra o STF e o Congresso Nacional, fato que efetivamente ocorreu no dia 8 de janeiro de 2023”, diz relatório da PF sobre o caso.

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