Os ternos bem alinhados, o cabelo redondo, mas ainda curto. Os Beatles não influenciaram apenas a música, mas a moda, o jeito de ser.
A gravadora Decca disse não aos Beatles. Era começo de 1963 e um executivo da gravadora disse à Brian Epstein que seus garotos tocavam bem, mas aquele negócio de rock and roll estava com dias contados. Ainda bem que o empresário não pediu para os Beatles guardarem as guitarras e voltarem para Liverpool. Ele foi até a EMI e conseguiu uma audição com o George Martin. O produtor gostou do que ouviu, mas fez uma exigência: o baterista deveria ser substituído. Pete Best teve que deixar as baquetas. John, Paul e George conheciam um rapaz que tocava bateria muito bem e era cheio de estilo, com anéis nos dedos. Seu nome: Richard Starkey, mais conhecido como Ringo Starr. Apresentado à Martin, o cara foi aprovado. Pronto. Os Beatles eram da EMI e fariam da Abbey Road Studios um templo da música.
O que faltava à banda era um disco. A Inglaterra começava a ouvir e amar as músicas dos Beatles pelos singles. George Martin bem que pensou gravar um disco ao vivo no Cavern Club, mas os custos eram altos. Então, por que não gravar tudo de uma vez como se fosse um show? Foi o que os Beatles fizeram e gravaram “Please Please Me”, o primeiro álbum, em apenas um dia. Eles pegaram algumas músicas dos singles já lançados como “Love me do” e PS: I love you para completar a lista. Aliás, em “Love me do”, George Martin pediu para Andy White, baterista do estúdio, ficar com as baquetas, pois ainda não botava muita fé em Ringo. Em “Twist and Shout”, John Lennon gravou mesmo com gripe o que deu mais força nos berros. No álbum de estreia, “Please Please Me”, a dupla Lennon/McCartney se apresentava ao mundo.
A foto da capa foi tirada na sacada do escritório da EMI, em Londres. Os ternos bem alinhados, o cabelo redondo, mas ainda curto. Os Beatles não influenciaram apenas a música, mas a moda, o jeito de ser. Quando o disco foi lançado em 22 de março de 1963, vendeu mais que água no deserto e rapidamente chegou ao primeiro lugar das paradas de sucesso.
O executivo da Decca que dispensou os Beatles deve ter se arrependido amargamente da besteira que fez. Feliz foi Brian Epstein que acreditou nos seus meninos e os levaria ao topo do mundo.
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