Zuckerberg e outros CEOs vendem R$ 5,8 bi em ações antes do mercado “desabar”

O mercado financeiro começou a semana com fortes quedas, impulsionadas pelas incertezas em torno da política comercial do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Enquanto os investidores tentam entender o impacto das tarifas e uma possível recessão global, alguns dos principais bilionários do setor bancário e de tecnologia decidiram vender grandes volumes de ações. Entre eles estão Jamie Dimon, CEO do JPMorgan Chase, e Mark Zuckerberg, CEO da Meta, que juntos liquidaram parte de seus ativos, totalizando US$ 834 milhões (R$ 5,8 bilhões), segundo a The Washington Service.

As vendas, realizadas por meio de planos de negociação 10b5-1 – um mecanismo que permite a programações prévias e evita acusações de uso de informações privilegiadas –, aconteceram em um momento de grande instabilidade no mercado. A decisão de vender ativos gerou ainda mais preocupação entre os investidores, que observam a possibilidade de uma crise econômica global se aprofundar.

Desvalorização acelerada e liquidação milionária

Jamie Dimon foi um dos líderes desse movimento, vendendo 866.361 ações do JPMorgan Chase no final de fevereiro por aproximadamente US$ 233,7 milhões. A venda faz parte de um plano para reduzir sua participação em 1 milhão de ações ao longo de 2025. No entanto, desde que a transação foi realizada, os papéis do banco caíram 14%, refletindo o pessimismo do mercado.

Já Mark Zuckerberg seguiu a tendência e iniciou o ano vendendo 431.858 ações da Meta, arrecadando US$ 307,2 milhões entre 3 e 21 de fevereiro. Em 2024, o CEO da Meta já havia liquidado mais de US$ 2,2 bilhões em ações da empresa. Mesmo após atingir um recorde de US$ 728 por ação em fevereiro, os papéis da gigante da tecnologia recuaram 16% desde as vendas de Zuckerberg.

Outro grande executivo que se desfez de parte de seus ativos foi Nikesh Arora, CEO da Palo Alto Networks, empresa de segurança cibernética. Arora vendeu US$ 143,8 milhões em ações da companhia em fevereiro, seguindo com uma nova venda em março, arrecadando mais US$ 1,6 milhão. No total, ele liquidou quase US$ 290 milhões em ações em apenas dois meses, e desde então, os papéis da empresa registraram uma queda de 5,8%.

Mercado em queda e incertezas sobre recessão

A forte onda de liquidações ocorreu em meio à desvalorização generalizada do mercado financeiro na segunda-feira, 10. As ações despencaram após Trump se recusar a afastar a possibilidade de uma recessão ainda em 2025. Durante uma entrevista à Fox News, o presidente norte-americano evitou responder diretamente se os EUA entrarão em recessão, afirmando apenas que “estamos passando por um período de transição, porque o que estamos fazendo é muito grande”.

A incerteza gerada por essa declaração somou-se às preocupações dos investidores em relação à guerra comercial, ao aumento de tarifas e ao impacto de novas políticas econômicas. O temor é que as tarifas impostas possam reduzir o crescimento global, pressionando os mercados de ações e provocando uma desaceleração na economia dos Estados Unidos e de outras nações.

O que esperar do mercado?

O cenário atual é de grande incerteza. A volatilidade nas bolsas de valores e a desvalorização das ações das principais empresas de tecnologia e bancos indicam que o mercado está reagindo de maneira defensiva ao risco de uma crise econômica. A política comercial de Trump e a possibilidade de novas tarifas continuam sendo fatores de preocupação, e qualquer sinalização do governo pode ter impacto direto no comportamento dos investidores.

Além disso, com líderes do setor financeiro e tecnológico reduzindo suas participações, muitos analistas avaliam que essa pode ser uma estratégia para minimizar riscos em meio à instabilidade.

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