PL em Goiás recebe com surpresa anúncio de Eduardo Bolsonaro e fala em perseguição política

Integrantes do Partido Liberal (PL) em Goiás informaram ao Jornal Opção que receberam com surpresa o anúncio do afastamento do cargo de Eduardo Bolsonaro, que se licenciará como deputado federal por São Paulo, para pedir asilo político nos Estados Unidos. O parlamentar era cotado para assumir a presidência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados.

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Os vereadores do Partido Liberal de Goiânia, Oséias Varão e Vitor Hugo — amigo pessoal e forte aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro — afirmaram que não tinham conhecimento da decisão, mas que o filho 03, como é conhecido Eduardo, já vinha dando sinais de que poderia optar por permanecer no país estrangeiro comandado por Donald Trump. 

Vitor Hugo comenta as articulações que Eduardo Bolsonaro tem feito a partir dos Estados Unidos: “A defesa da nossa liberdade de expressão, a defesa da anistia dos presos pelo 8 de janeiro, que é uma das pautas mais importantes da direita.” 

Oséias, por outro lado, imputa à decisão aos processos movidos pela oposição contra o parlamentar no Superior Tribunal Federal (STF). Recentemente, o ministro Alexandre de Moraes rejeitou pedido do Partido dos Trabalhadores (PT) para que Eduardo Bolsonaro seja investigado e tenha o passaporte apreendido. 

O vereador classifica as ações judiciais como perseguição à direita, especialmente à família Bolsonaro e ao deputado. Vale ressaltar que o afastamento de Eduardo ocorre uma semana antes do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), que pode tornar Jair Bolsonaro – pai dele – réu por supostamente tramar um golpe de Estado no país.

“Não há outra opção para Eduardo Bolsonaro, tendo em vista a evidente perseguição política que ele está sofrendo. O Alexandre de Moraes não têm decidido juridicamente, mas politicamente, tendo em vista que é um denunciado pelo Eduardo. Se o Eduardo tivesse a convicção de que seria julgado de acordo com as leis, ele teria ficado tranquilo”, sustentou. 

Ato de coragem 

Chamado de “covarde” pela esquerda, a manobra de Eduardo é vista como um ato de coragem por parte de Major Vitor Hugo. Segundo ele, o deputado abriu mão do salário e deve procurar outra forma de se manter nos Estados Unidos – tendo a possibilidade de ter que arrumar um emprego no país. 

O vereador também justifica o posicionamento usando o fato do parlamentar ficar longe dos irmãos Flávio Bolsonaro (senador pelo Rio de Janeiro), Carlos Bolsonaro (vereador pelo Rio de Janeiro) e Jair Renan Bolsonaro (vereador por Balneário Camboriú), além do pai Jair Bolsonaro.

“Ele tem filhos pequenos que, certamente, têm parentes aqui, a esposa dele também. Isso na verdade é um ato de sacrifício”, disse. 

O discurso foi reforçado por Oséias, que afirmou que Eduardo abdicou da presidência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados – mesmo não tendo sido eleito.

Novo deputado 

Caso a licença do deputado ultrapasse 120 dias, quem assume o cargo é um suplente. O primeiro suplente do PL em São Paulo seria Adilson Barroso (PL-SP), mas ele já ocupa a cadeira de Guilherme Derrite (PL-SP), que deixou o mandato para assumir a Secretaria de Segurança Pública, em São Paulo. Neste caso, o segundo suplente do partido é Missionário José Olímpio.

A mudança não deve afetar o partido, de acordo com Major Vitor Hugo. O parlamentar diz que a direita pode se fortalecer com as articulações criadas por Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos, mas admite que a influência do deputado na Câmara fará falta.

“Certamente vai poder contar pelo menos com o voto dele, as articulações, mas não acho que isso venha ser um prejuízo”, concluiu.

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