Brasil é citado em arquivos secretos sobre assassinato de Kennedy; confira os documentos

O governo dos Estados Unidos liberou mais de 2 mil documentos confidenciais sobre o assassinato de John F. Kennedy, ocorrido em 1963. Entre os arquivos divulgados, há menções ao Brasil, principalmente no contexto da Guerra Fria e da influência de Cuba e China na América Latina.

A publicação dos arquivos foi autorizada pelo presidente Donald Trump e envolve relatórios de órgãos como a CIA (Agência Central de Inteligência). Um dos documentos revela que, em agosto de 1961, o então governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, recusou apoio oferecido por Cuba e China.

O telegrama da CIA menciona que Fidel Castro e Mao Tse-Tung ofereceram suporte material e até “voluntários” para ajudar Brizola. No entanto, ele rejeitou a ajuda temendo um conflito diplomático e uma possível intervenção dos EUA.

Outro documento, de janeiro de 1962, detalha estratégias da CIA para desestabilizar o regime de Fidel Castro. A agência planejou uma campanha de propaganda para conter a influência cubana na América Latina, incluindo manifestações em países como Brasil, Argentina, Bolívia e Chile.

Em julho de 1964, após o golpe que derrubou João Goulart, um relatório da CIA apontou que Cuba tentava influenciar outros países da América Latina. A queda de Goulart foi descrita como uma “derrota dura” para Havana, mas os cubanos continuaram a financiar e apoiar grupos de esquerda no Brasil, Argentina e Chile.

Um arquivo de novembro de 1962 sugere que diplomatas brasileiros foram usados, sem saber, como intermediários para a troca de informações entre agentes secretos. Segundo o documento, mensagens sigilosas eram transportadas entre Miami e Havana por meio da mala diplomática do Brasil.

Em dezembro de 1963, um memorando revelou que os EUA planejavam campanhas para influenciar a opinião pública na América Latina. No Brasil, um dos alvos era um evento sindical marcado para 1964 no Rio de Janeiro. A CIA pretendia desacreditar sindicatos alinhados a Cuba e China, espalhando informações sobre más condições de trabalho nesses países.

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