Ministros do STF não descartam possibilidade de fuga de Bolsonaro aos Estados Unidos 

A ida de Eduardo Bolsonaro (PL) para os Estados Unidos pode significar o início de um plano de fuga do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Pelo menos é isso que ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) cogitaram em entrevista à jornalista Andréia Sadi. Para parte dos magistrados, a narrativa de perseguição política apresentada por Eduardo pode ser apenas uma cortina de fumaça para esconder as reais intenções do grupo investigado por tentativa de golpe de estado. 

“É um cálculo político: possuem palco fora, nos EUA, e podem preparar a fuga do pai, que vão chamar de exílio”, apontou um dos ministros. 

O protesto realizado em Copacabana, que tinha como principal bandeira a defesa da anistia para envolvidos em atos antidemocráticos, foi considerado um fracasso por integrantes do STF ouvidos por Sadi. O evento, que não conseguiu mobilizar as massas como esperado, é visto como um divisor de águas na estratégia política da família Bolsonaro, segundo avaliações de ministros da Corte.

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Os resultados das investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF) indicam que o ex-presidente Bolsonaro teria planejado aguardar a tentativa de golpe de estado, ainda em 2022, nos Estados Unidos. A teoria ganhou força com a quebra de sigilo bancário realizada pela PF, que identificou uma transferência de R$ 800 mil feita por Bolsonaro antes de sua viagem. Caso seja condenado nos processos que enfrenta, ministros e investigadores não descartam a possibilidade do ex-presidente fugir novamente.

Aliados próximos do núcleo bolsonarista revelam que a decisão do deputado federal Eduardo Bolsonaro de se afastar temporariamente da vida pública foi tomada por impulso. Segundo essas fontes, até o ex-presidente Jair Bolsonaro foi pego de surpresa com a atitude do filho, tendo discordado da ideia. O movimento é visto como mais um sinal das tensões internas e dos reveses enfrentados pelo grupo após o fracasso do protesto em Copacabana e o avanço das investigações.

 “Ele não tinha nem roupa para esse período de mudança”, compartilhou  um aliado do grupo bolsonarista a Sadi. O deputado federal busca pressionar Alexandre de Moraes ao se refugiar nos Estados Unidos de Trump, onde existem entraves jurídicos envolvendo o nome do ministro do STF. 

“Bolsonaro não tem saída jurídica. Só tem saída se Trump se comover e decidir embarcar em alguma defesa política dele”, apontam interlocutores. Temendo perder seu passaporte, assim como o pai, Eduardo optou pela licença não remunerada de seu cargo e buscou “exílio” nos Estados Unidos. 

Apesar dos rumores, o ex-presidente nega qualquer tentativa de fuga.  “A imprensa especulando agora que vou fugir para a Embaixada dos Estados Unidos, não vou fugir, não vou sair do Brasil”, disse Bolsonaro à revista Oeste na última quarta-feira, 19.  

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