Descoberta da Unesp reforça evidências da existência do Planeta 9

Pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em colaboração com cientistas dos Estados Unidos e da França, revelaram novas evidências que fortalecem a hipótese da existência do Planeta 9 – um possível nono planeta no Sistema Solar. O estudo, publicado na renomada revista científica Icarus, utilizou simulações para recriar o Sistema Solar e chegou a resultados que sugerem a presença desse misterioso corpo celeste.

Desde o século XIX, astrônomos especulam sobre a existência do Planeta 9, mas apenas nas últimas décadas as pesquisas se intensificaram. Entre 2004 e 2013, a descoberta de seis objetos transnetunianos com órbitas alinhadas chamou a atenção da comunidade científica. A influência gravitacional observada não poderia ser explicada por Netuno, reforçando a hipótese da presença de um planeta desconhecido.

A hipótese ganhou ainda mais força em 2016, quando os astrônomos Konstantin Batygin e Michael E. Brown publicaram um estudo sugerindo que a anomalia observada poderia ser causada pelo Planeta 9. Segundo os pesquisadores da Unesp, esse mesmo fenômeno já ajudou na descoberta de Netuno e Urano, demonstrando a importância da interação gravitacional na identificação de novos corpos celestes.

O estudo da Unesp utilizou simulações para analisar a evolução do Sistema Solar ao longo dos últimos 4,5 bilhões de anos, incluindo a presença do Planeta 9. Os resultados foram surpreendentes: a configuração final do modelo recriou características observadas atualmente, incluindo a formação do Cinturão de Kuiper e da Nuvem de Oort.

Além disso, a simulação revelou uma segunda nuvem de objetos na região expandida do Cinturão de Kuiper, o que reforça a teoria de que o Planeta 9 poderia atuar como um reservatório adicional de cometas, influenciando sua distribuição e órbitas.

Os pesquisadores calcularam as possíveis características do Planeta 9 com base nas simulações. Segundo os dados obtidos, o planeta teria uma massa aproximadamente 7,5 vezes superior à da Terra, o que o tornaria comparável a um “mini-Urano” – já que Urano tem cerca de 14 vezes a massa terrestre.

Outro dado relevante apontado pelo estudo é que a presença do Planeta 9 nas simulações resultou em um número de cometas consistente com o observado na realidade. Sem o planeta, a simulação não conseguiu reproduzir os cometas existentes, enquanto com sua presença o modelo previu uma quantidade muito próxima da registrada.

Apesar dos avanços, a identificação visual do Planeta 9 ainda é um grande desafio devido à sua órbita extremamente longa – estimada em cerca de 10 mil anos – e sua distância colossal do Sol, o que o torna um objeto extremamente difícil de ser detectado por telescópios.

Agora, os cientistas planejam focar em cometas de longo período, cujas órbitas podem fornecer pistas adicionais sobre a localização exata do Planeta 9. Quanto mais evidências forem reunidas sobre objetos transnetunianos e cometas influenciados por esse possível astro, maiores serão as chances de finalmente apontar um telescópio para o local correto e comprovar sua existência.

A descoberta do Planeta 9 representaria uma revolução na astronomia, ampliando nossa compreensão sobre a formação e evolução do Sistema Solar.

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