A Apple sofreu uma queda de US$ 250 bilhões em seu valor de mercado nesta quinta-feira, 3, após o anúncio do “tarifaço” de Donald Trump sobre produtos importados da China. Com isso, a gigante da tecnologia passou a valer US$ 3,12 trilhões, segundo o Financial Times.
As ações da Apple registraram uma queda de 8% na bolsa de Nova York, sinalizando um dos piores desempenhos desde setembro de 2020, de acordo com a Reuters. O governo Trump elevou a tarifa de importação de produtos chineses de 20% para 34%, afetando diretamente a Apple, que fabrica 90% dos iPhones na China.
Com esse aumento, os custos anuais da empresa podem subir em US$ 8,5 bilhões, conforme estimativas do Morgan Stanley. A decisão da Apple agora gira em torno de duas possibilidades: absorver os custos, reduzindo a margem de lucro; ou repassar ao consumidor, encarecendo os produtos.
Caso a empresa opte pelo repasse, o iPhone 16 Pro Max pode saltar de US$ 1.599 para cerca de US$ 2.300, um aumento de 43%, segundo a Rosenblatt Securities. Nos últimos anos, a Apple tem diversificado sua produção, levando parte da manufatura para Índia e Vietnã.
No entanto, esses países também sofrerão novas tarifas, de 26% e 46%, respectivamente. Com isso, especialistas apontam que a Samsung, que fabrica seus celulares na Coreia do Sul (com tarifa de 25%), pode ganhar vantagem competitiva no mercado de smartphones.
A Apple não foi a única empresa de tecnologia afetada pelas novas tarifas. Veja o desempenho de outras gigantes: Microsoft (-2,1%); Google (Alphabet) (-3,2%); Dell (-15%); e HP (-12%).
Mesmo com o impacto negativo das tarifas, a Apple tenta manter uma relação próxima com Trump. O CEO da empresa, Tim Cook, esteve presente na posse do presidente para o segundo mandato, ao lado de outros líderes das big techs, como Mark Zuckerberg (Meta), Elon Musk (Tesla, SpaceX e X) e Jeff Bezos (Amazon).
Cook, inclusive, fez uma postagem parabenizando Trump e demonstrando interesse em continuar colaborando com o governo para impulsionar inovação e empregos nos EUA.
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