A artista plástica Izaura Gama chega a Goiânia pela primeira vez para apresentar suas obras ao público local, incluindo telas que foram exibidas no Museu do Louvre, em Paris. A exposição será realizada nesta sexta-feira, 4, no espaço premiado pela designer Olivia Pena, dentro da prestigiada Mostra Artefato. Além das obras já reconhecidas internacionalmente, a artista também lançará uma coleção inédita de luzes autorais, resultado de uma parceria com a arquiteta Olivia Pena e a loja de iluminação de alto padrão C.lux, do Rio de Janeiro.
Para Izaura, a mostra representa um momento especial de sua trajetória. “Essa será a primeira vez que as telas do Louvre serão expostas novamente. Eu não mostro essas obras em qualquer ambiente ou lugar, então considero este um momento muito especial”, afirma ao Jornal Opção.
A complexidade da arte e do processo criativo
Autodidata, Izaura Gama nasceu na Paraíba e mantém seu ateliê no Rio de Janeiro. Há mais de uma década, dedica-se exclusivamente à produção artística, explorando técnicas diversas de pintura. Sua obra transita entre o expressionismo abstrato e a arte figurativa, com forte presença de elementos da natureza e cerâmica. Influenciada por nomes como Jackson Pollock, Tatiana Wolska, Hans Bellmer e Maxwell Alexandre, a artista destaca a importância do sentimento no processo de criação.
“Eu gosto de filosofia, estudo arte e observo muito o cotidiano. A partir desses estímulos, eu anoto tudo e crio um ponto de fusão. Preciso sentir essa vontade de expressar minha linguagem, e quem adquire minha arte precisa confiar no processo, porque há muito envolvimento emocional e intelectual ali”, explica.
A exposição em Goiânia reunirá obras que traduzem as diversas fases de sua produção artística. Entre elas, serão telas feitas em linho, peças em cerâmica e criações inéditas que dialogam com a transitoriedade. “O espaço da Olivia Pena abrange várias fases da minha artista. Além das telas, há luzes e a tela Soma , que é muito importante na minha trajetória”, detalha.
O fascínio pelo ouro e a narrativa por trás das obras
Um dos elementos mais marcantes no trabalho de Izaura é o uso do ouro. “Ele esteve comigo em praticamente todas as fases como artista. É meu ponto de inquietação e encantamento”, conta. A artista trabalha com um ouro específico, chamado 22 Pilares , que já se tornou uma de suas assinaturas visuais.
Para ela, a arte não existe apenas pelo apelo estético. Cada obra carrega uma história, um significado e uma narrativa. “A arte tem que provocar alguma coisa. Se ela não desperta uma curiosidade, um sentimento ou uma inquietação, então não propõe um lugar no mundo. Ela precisa atravessar o olhar do outro”, reflete.
Desafios da arte no Brasil e reconhecimento internacional
Izaura também destaca os desafios de ser artista no Brasil, especialmente sendo mulher. “A arte no Brasil já é difícil. Quando você é mulher, existem barreiras a mais. Por isso, é muito importante contar com apoio e incentivo, seja da mídia ou do público”, pontua.
Apesar dos desafios, a artista tem conquistado reconhecimento dentro e fora do país. Além da Mostra Artefato em Goiânia e no Rio de Janeiro, ela foi convidada para participar da Bienal de Firenze, na Itália, em outubro deste ano. “É um convite muito especial. A Bienal de Firenze é um evento de grande prestígio, e estou muito animado para representar minha arte lá”, comemora.
Uma trajetória guiada pelo apoio e pela liberdade de criação
Ao falar sobre a sua jornada, Izaura menciona o papel do apoio familiar e da sua rede de incentivo. “Eu não costumo falar muito da minha vida pessoal, mas é muito significativo para mim ter um companheiro que não tem medo de ver uma mulher voar. Vou viajar para Goiânia no dia do aniversário dele, e ele me apoia totalmente. Isso me deixa muito feliz”, compartilha.
Com exposições em diferentes estados e uma agenda internacional, Izaura segue ampliando seu legado artístico e se consolidando como um dos grandes nomes da arte contemporânea brasileira. Seu trabalho, pensado pela fusão de técnicas, materiais e sentimentos, promete encantar o público goiano e proporcionar uma experiência intensa em sua estética singular.
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