A Doença de Alzheimer é a forma mais prevalente de demência, causando uma perda progressiva de memória e habilidades cognitivas. Em nível global, milhões de pessoas convivem com a doença, e no Reino Unido, por exemplo, estima-se que cerca de um milhão de indivíduos já enfrentam os desafios do Alzheimer, número que pode chegar a 1,6 milhão até 2050, conforme dados da Alzheimer’s Society.
Embora a idade seja o principal fator de risco para o desenvolvimento da doença, identificá-la precocemente pode ajudar no tratamento e na implementação de cuidados adequados. Observando sinais iniciais, especialmente nas mudanças na fala, é possível detectar o Alzheimer ainda em estágios iniciais e agir mais rapidamente.
A fala e a linguagem são aspectos que podem refletir alterações cognitivas, e problemas relacionados a elas frequentemente surgem como um dos primeiros indícios de que algo não está funcionando bem no cérebro. A seguir, apresentamos cinco alterações na fala que podem sinalizar o início da Doença de Alzheimer:
Pausas e hesitações ao falar
Uma das primeiras manifestações do Alzheimer pode ser a dificuldade em encontrar palavras específicas, o que resulta em pausas mais longas ou hesitações durante as conversas. A pessoa pode tentar descrever a palavra que não consegue lembrar, usando termos vagos. Por exemplo, se a palavra “cachorro” é esquecida, a pessoa pode dizer algo como “aqueles animais de estimação que latem, eu tive um quando era criança”. Essas lacunas na fala são comuns nos estágios iniciais e indicam uma falha na memória verbal.
Uso de palavras erradas ou substituição de termos
Outro sinal característico do Alzheimer é a substituição de palavras por outras relacionadas, mas que não têm o mesmo significado exato. Por exemplo, ao não conseguir lembrar a palavra “cachorro”, a pessoa pode usar “gato”, que pertence à mesma categoria. Nos primeiros estágios da doença, a substituição tende a ser mais ampla, com o uso de termos gerais como “animal” em vez de “gato”. Essa imprecisão na escolha de palavras é um indicativo de alterações cognitivas.
Falar sobre tarefas em vez de realizá-las
À medida que a doença avança, as pessoas com Alzheimer podem começar a evitar realizar tarefas do dia a dia. Em vez de completar as atividades, elas podem falar sobre elas, expressando incertezas ou mencionando como costumavam ser boas em certas funções. Frases como “Não sei se consigo fazer isso” ou “Eu costumava ser bom nisso” são frequentes. Esse distanciamento da ação direta e a tendência de falar sobre o que deveriam fazer, em vez de agir, pode ser um reflexo da perda de habilidades cognitivas.
Uso limitado de vocabulário
Um dos sinais mais discretos de Alzheimer é a tendência a usar uma linguagem mais simples, com um vocabulário restrito. A pessoa pode começar a repetir frequentemente as mesmas palavras, como verbos e substantivos, e utilizar conectivos como “o”, “e” ou “mas” com maior frequência para ligar frases. Esse empobrecimento linguístico é um indicativo de que a capacidade de formar frases complexas e utilizar palavras variadas está sendo prejudicada.
Dificuldade para nomear itens ou categorias
Outro sinal precoce do Alzheimer é a dificuldade em nomear objetos ou itens dentro de uma categoria específica. A pessoa pode não conseguir lembrar os nomes de alimentos, partes do corpo ou objetos familiares. Testes simples de categorização, como pedir para listar alimentos ou partes do corpo, podem revelar essa falha cognitiva. Essa dificuldade tende a se agravar à medida que a doença progride, tornando tarefas simples de nomeação cada vez mais desafiadoras.
Embora seja natural esquecer palavras de vez em quando com o avanço da idade, quando esses lapsos de memória se tornam frequentes e começam a interferir no cotidiano, é importante ficar atento. O Alzheimer pode ser uma das causas desses problemas de comunicação, especialmente se houver um padrão crescente de falhas na memória, na fluência verbal ou no uso de um vocabulário diversificado. Identificar esses sinais iniciais é crucial, principalmente para indivíduos com maior risco, como aqueles com Síndrome de Down, que têm maior probabilidade de desenvolver Alzheimer precoce.
Detectar a Doença de Alzheimer nos primeiros estágios oferece uma oportunidade para um tratamento mais eficaz e para um melhor suporte ao paciente e seus familiares. Quanto mais cedo a doença for identificada, mais eficaz será o planejamento de cuidados e estratégias para lidar com seus efeitos ao longo do tempo.
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